Num documento enviado segunda-feira a investigadores e associados do CES, o diretor António Sousa Ribeiro informou que a direção e presidência do conselho científico decidiu convocar uma assembleia geral eleitoral extraordinária, “com a brevidade possível, para a eleição antecipada de todos os órgãos, observando os prazos previstos nos estatutos e no regulamento de funcionamento dos órgãos”.
Segundo António Sousa Ribeiro, esta decisão foi tomada num “contexto de construção coletiva do CES”, agindo no que acreditam “ser o melhor interesse da instituição”.
“Estamos convictos/as de que esta decisão contribuirá para reforçar o ambiente de confiança, participação e transparência que desejamos para o CES”, referiu.
A presidência do conselho científico, direção e associados do CES reuniram-se na segunda-feira de manhã, tendo o encontro servido para serem “propostas medidas de aprofundamento e clarificação dos mecanismos de prevenção, reporte e resolução de situações de assédio”, bem como para serem “apontados caminhos para uma renovação das formas de governação interna”.
Três investigadoras que passaram pelo CES denunciaram situações de assédio e violência sexual num capítulo do livro intitulado “Má conduta sexual na Academia - Para uma Ética de Cuidado na Universidade”, publicado pela editora internacional Routledge.
As autoras do capítulo, a belga Lieselotte Viaene, a portuguesa Catarina Laranjeiro e a norte-americana Myie Nadya Tom, estiveram no CES, como, respetivamente, investigadora de pós-doutoramento (com uma bolsa Marie Curie) e estudantes de doutoramento.
Os investigadores Boaventura Sousa Santos e Bruno Sena Martins acabaram por ser suspensos de todos os cargos que ocupavam no CES, até ao apuramento das conclusões da comissão independente que a instituição está a constituir para averiguar as acusações de que são alvo.
Após surgirem notícias sobre o capítulo, os dois investigadores negaram todas as acusações.
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