Num documento em que faz estimativas de evolução da pandemia até 25 de dezembro tendo em conta as medidas entretanto tomadas pelos países europeus, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) diz que se os países levantassem as medidas para permitir as reuniões familiares no Natal isso iria sobrecarregar os hospitais logo no inicio de 2021.
Se essas medidas fossem suspensas, por exemplo, em 07 de dezembro, “o aumento de internamentos poderia começar a ocorrer antes de 24 de dezembro”, refere o ECDC.
As projeções do ECDC indicam que Portugal deve atingir até ao final de novembro o pico de novos casos de covid-19, mas que o pico de óbitos deve acontecer já em dezembro, com um número diário que se poderá manter elevado até ao Natal.
Ao contrário de outros países, cuja realidade ultrapassou as projeções do ECDC em número de casos e óbitos, como por exemplo em Espanha e em Itália (casos) ou na Holanda (óbitos), Portugal ficou, segundo este documento, sempre abaixo dos valores estimados pelo centro europeu.
O ECDC prevê ainda que, dadas as medidas de resposta atualmente em vigor, “mais de metade dos Estados-Membros da União Europeia vão observar uma redução de mais de 50% no número diário de casos confirmados e uma redução subsequente na procura hospitalar associada e nos óbitos”.
“Prevê-se que mais de dois terços dos Estados-Membros assistam a alguma diminuição na taxa diária de casos confirmados em consequência da política atual. Se o comportamento retornasse ao de início de abril de 2020, quando as medidas mais rigorosas estavam em vigor em toda a Europa, então todos os países deveriam ver um declínio na incidência de covid-19”, refere o ECDC.
Este centro europeu reconhece que a previsão epidemiológica para a União Europeia e o Reino Unido “continua a ser um grande desafio”, uma vez que “depende muito das políticas aprovadas pelos Estados-Membros”.
“Essas projeções foram feitas logo após a implementação de novas medidas, incluindo ordens de permanência em casa e outras recomendações”, explica o ECDC, justificando o facto de haver ainda “poucos dados observados” sobre o impacto destas decisões e de os intervalos de incerteza que acompanham estas projeções serem grandes.
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