A fonte contactada pela Lusa disse que a instituição - que integra os hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta e Dona Estefânia e a maternidade Alfredo da Costa - "aguarda autorização do Ministério para as contratações de 54 médicos em concurso nacional e de 145 profissionais de saúde".
As contratações dos médicos, em resposta à demissão dos chefes de urgência do hospital São José, e as admissões de profissionais de saúde, "especialmente enfermeiros e técnicos superiores de saúde", ficaram firmadas na reunião com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, na passada quinta-feira.
O concurso para profissionais de saúde, entre os quais se incluem também técnicos de diagnóstico, tem como propósito repor os quadros das unidades de saúde, por causa da passagem às 35 horas semanais.
A fonte oficial não deu indicações como será realizada a distribuição dos médicos e dos profissionais de saúde pelas unidades sob gestão do CHLC depois da conclusão dos concursos.
Na reunião de quinta-feira com o ministro da Saúde, no Hospital de São José, estiveram também presentes os chefes de equipa que apresentaram a demissão em 06 de julho, em protesto contra a falta de níveis de segurança aceitáveis da urgência daquela unidade.
O ministro da Saúde tinha estado em viagem de trabalho à Grécia, tendo, entretanto, regressado e decidido reunir-se com profissionais do São José e do CHLC.
Na carta de demissão, os profissionais apontavam para a consecutiva degradação da assistência médica prestada no serviço de urgência do São José, considerando que se chegou a uma “situação de emergência”, que impõe “um plano de catástrofe”.
“Os chefes de equipa de medicina interna e de cirurgia geral, responsáveis pelos cuidados médicos de urgência prestados durante o seu período de serviço, consideram que as atuais condições de assistência no Serviço de Urgência do Hospital de São José ultrapassaram, em várias das suas vertentes, os limites mínimos de segurança aceitáveis para o tratamento dos doentes críticos que diariamente a ele recorrem”, refere o documento.
Os profissionais indicaram que a assistência médica prestada na urgência polivalente do Centro Hospitalar de Lisboa Central “tem vindo a sofrer, ao longo dos últimos anos, uma degradação progressiva constatada por todos os profissionais” que lá trabalham.
Consideraram ainda que a falta de pessoal não se verifica apenas nas equipas de medicina interna e de cirurgia geral, mas também noutras especialidades implicadas na assistência aos doentes que recorrem ao serviço de urgência.
A situação motivou já uma visita por parte do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.
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