Os profissionais do Algarve seguiram o apelo feito na quarta-feira pelas duas entidades representativas do setor do táxi, após se reunirem com grupos parlamentares na Assembleia da República, para manter o protesto enquanto não houver compromisso de que será pedido ao Tribunal Constitucional para apreciar a nova legislação, que já foi promulgada pelo Presidente da República e deverá entrar em vigor em 01 de novembro.
O protesto mantém-se nos moldes em que se iniciou, na quarta-feira, às 07:00, com os taxistas algarvios concentrados nas duas faixas da via que desemboca na rotunda do aeroporto de Faro, enquanto o trânsito regular circula por uma faixa, à direita, permitindo o acesso tanto à infraestrutura aeroportuária, como à praia de Faro.
“Está tudo na mesma, mantemo-nos aqui em protesto, apesar do cansaço de ter passado a noite cá, mas estamos determinados em seguir a paralisação até Lisboa nos indicar”, afirmou Francisco José Pereira, da Cooperativa Rotáxis Faro, que tem sido o porta-voz dos taxistas algarvios.
O taxista disse que “há poucas alterações” à situação verificada na quarta-feira e hoje de madrugada, mas os profissionais “estão confiantes de que em breve possa haver novidades” favoráveis à sua reivindicação.
A manifestação em Faro chegou a atingir na quarta-feira “279 carros em determinada altura”, segundo Francisco José Pereira, número que considerou ser “bastante elevado, face ao universo da frota do Algarve”, que é composta por 425 táxis.
Esta adesão demonstra, acrescentou, que “há alguma preocupação e desencanto do setor no Algarve” pela forma como as plataformas eletrónicas estão a operar, com veículos a afluírem à região nos meses de verão e de maior afluxo turístico, retirando negócio ao setor do táxi e causando prejuízos cifrados “em 30%” nos meses de junho, julho e agosto.
As duas entidades representativas do setor do táxi apelaram, ao final da tarde de quarta-feira, para que os profissionais se mantenham em protesto nas ruas de Lisboa, Porto e Faro.
Após os encontros no parlamento, já nos Restauradores, local do início do protesto em Lisboa, o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio de Almeida, disse que tanto esta entidade como a Federação Portuguesa do Táxi entendem que o protesto deve continuar.
Os taxistas estão concentrados nas três cidades, com as viaturas paradas nas ruas, para tentar impedir a entrada em vigor, em 01 de novembro, da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros em veículos descaracterizados.
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