Segundo um estudo divulgado hoje, no Dia dos Namorados, pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) e pela secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, 27% dos jovens portugueses “não reconhece que o controlo” é uma forma de violência no namoro e 24% não reconhece que a violência sexual é também um ato de violência numa relação íntima de namoro.
O controlo pode revelar-se em proibições de sair sem o companheiro(a), de estar a falar com um amigo (a), obrigar a vestir uma determinada peça de roupa, obrigar a fazer algo que não se quer, refere o documento.
A proibição mais aceite pela maioria dos menores de idade inquiridos é a “proibição de vestir uma determinada peça de roupa”, um comportamento que 36% dos (as) jovens não consideram violência.
A violência sexual nas relações de intimidade apresenta-se geralmente sob a forma de “coação, abuso ou violação” e este estudo indica que 24% dos jovens portugueses legitimam a violência sexual nas relações de namoro e 13% legitimam a pressão para ter relações sexuais.
“É quase um em cada quatro jovens que não reconhece que a violência sexual é um tipo de violência”, alerta a investigadora Cátia Pontedeira, referindo que essa legitimação poderá perpetuar-se nas relações em idade adulta.
A perseguição durante ou após o relacionamento íntimo é outro tipo de violência que os jovens portugueses mais legitimam (24%) e esse abuso pode justificar-se pela “cultura patriarcal como demonstrações de amor romântico”, refere o estudo.
Do total da amostra, 16% dos jovens menores de idade de Portugal não reconhecem que a violência psicológica é uma forma de violência na intimidade, e que por norma aparece em forma de insulto durante uma discussão ou zanga.
O estudo também revela que 9% dos jovens participantes no estudo naturalizam a violência física, que inclui várias formas de agressão corporal que pode ou não deixar marcas ou feridas.
O estudo “Violência no Namoro” com resultados nacionais de 2019 foi coordenado por Maria José Magalhães e contou com 17 investigadoras.
Trata-se de estudo representativo, que inclui a participação de 4.938 jovens de todos os distritos portugueses, incluindo Açores e Madeira, entre os 11 e os 20 anos de idade, com uma média de idade de 15 anos, onde 70% afirmaram já ter estado num relacionamento amoroso de “namoro ou ocasional”.
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