Em declarações à Lusa, João Pedro Santos, funcionário há sete anos do estabelecimento, indicou que nas instalações da Cervejaria Galiza estão neste momento entre "10 a 15 trabalhadores", alguns com "40 anos de casa".
Segundo João Pedro Santos, a ação de protesto começou depois de um colega ter passado no local, que se encontra fechado à segunda-feira, e ter visto uma empresa transportadora a "retirar o material" e a "mudar a fechadura do restaurante".
"Estavam a tentar roubar ou desviar isto tudo. O colega viu pessoal aqui dentro a descarregar coisas, nomeadamente, fogões da cozinha e bebidas", referiu.
À Lusa, o funcionário adiantou que a ação de protesto no interior do restaurante se vai prolongar "até obterem uma resposta" que assegure os postos de trabalho.
"Queremos assumir o nosso posto. Queremos ter uma resolução do que se passa. Temos o nosso posto de trabalho em risco e queremos os nossos direitos", salientou João Pedro Santos.
No passado sábado, "todos os 25 trabalhadores" da Cervejaria Galiza cumpriram um dia de greve em protesto contra os atrasos nos pagamentos das remunerações, avançava à Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, Nuno Coelho.
O principal motivo da greve deveu-se ao facto de a empresa “não ter cumprido o acordo de pagar em julho o subsídio de Natal, decidido numa reunião no Ministério do Trabalho, nem, depois, em outubro, como posteriormente ficou combinado”.
“Mas também pretendemos protestar porque os vencimentos mensais estão a ser pagos ultimamente em duas ou três parcelas mensais, além de que os salários estão congelados há uma década”, afirmou.
Depois de “a gerência ter deixado ao abandono o restaurante", há quatro anos, a empresa entrou em dificuldades e as dívidas ao Fisco e à Segurança Social “chegaram aos dois milhões de euros", sublinhou o sindicalista.
A tentativa de resolver o problema passou pelo recurso a um Processo Especial de Revitalização (PER), aceite pelo Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia, e pela chegada de um gestor.
“O problema é que as suas decisões não ajudam em nada à viabilização da casa”, sublinhou.
Fundada a 29 de julho de 1972, a cervejaria detida pela empresa Atividades Hoteleiras da Galiza Portuense é “uma das referências do Porto no setor da restauração”, mas, ao ter alterado “para pior produtos e serviços”, colocou “em causa a qualidade e diversidade do serviço, o que levou ao afastamento de clientes importantes da casa”, figuras “de grande relevância nacional ligada à politica, artes e desporto”, referiu o sindicato, num comunicado.
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