"Gostava de desmentir o senhor José Berardo", disse Filipe Pinhal na sua audição na segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), acrescentando que seria "pouco provável" que "estivesse a ajudar" o empresário a alcançar mais votos para o destituir.
Filipe Pinhal confirmou ao deputado comunista Paulo Sá que pediu a Berardo para "deixar o BCP em paz".
Na audição parlamentar de 10 de maio a José Berardo, o empresário disse que Filipe Pinhal lhe sugeriu fazer um crédito na Caixa, já que o próprio BCP não podia financiar compra de ações suas.
Filipe Pinhal disse ainda que num almoço com Berardo em maio de 2007 lhe "sugeriu" a venda de ações do BCP a Pedro Teixeira Duarte, que lhe geraria uma "mais valia de 100 a 150 milhões de euros", ao que Berardo lhe respondeu "upa upa", sugerindo que a mais valia seria superior.
"A esta minha sugestão o senhor Berardo respondeu 'E o prémio?'", disse Filipe Pinhal, respondendo que não deveria "haver lugar a prémio, mas talvez a desconto", e que a cotação das ações do BCP estava "inflacionada pela guerra" que Berardo e outros tinham começado.
Depois desta sugestão, Berardo terá dito que o dinheiro proveniente da sugestão "era dinheiro sujo", e que "acima das mais valias estava a honra", de acordo com Filipe Pinhal, que classificou a descrição dos eventos feita pelo empresário de "assaz distorcida".
"A palavra honra na boca do senhor Berardo vale o que cada um lhe queira atribuir", afirmou Filipe Pinhal.
O ex-administrador disse ainda que José Berardo "fazia alternadamente de polícia bom e de polícia mau" na sua relação com a administração do BCP.
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