“Não é uma brincadeira”, assegurou o chefe da diplomacia de Washington num programa de rádio SiriusXM, acrescentando que “o Presidente Trump deixou claro o que pretende fazer, que é comprar”.

Segundo Rubio, “não se trata de adquirir terras por adquirir terras”, mas do “interesse dos Estados Unidos e a questão deve ser resolvida”, insistindo que “não é uma piada”.

Donald Trump, que tomou posse em 20 de janeiro para um novo mandato na Casa Branca, disse que a Dinamarca, aliada da NATO, acabará por recuar em relação à Gronelândia, embora Copenhaga reafirme que o território autónomo e rico em recursos não está à venda.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, afirmou na terça-feira ter recebido “um apoio muito forte” dos seus homólogos europeus durante a sua viagem pela Europa, face aos objetivos de Trump.

Rubio manifestou ainda a preocupação de que a China, que tem também ambições no Ártico, possa ganhar terreno na Gronelândia.

“É bastante realista pensar que os chineses acabarão, talvez até a curto prazo, por tentar fazer com a Gronelândia o que fizeram com o Canal do Panamá e outros locais”, declarou o secretário de Estado, referindo-se à intenção do Presidente norte-americano de assumir o controlo daquela infraestrutura vital para o comércio global.

Donald Trump disse pela primeira vez que queria comprar a Gronelândia em 2019, durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, uma oferta que tanto o território autónomo como a Dinamarca rejeitaram.

Esta ilha ártica com dois milhões de quilómetros quadrados (80% dos quais cobertos de gelo) conta com uma população de apenas 56 mil habitantes.

Desde 2009, a Gronelândia tem um novo estatuto que reconhece o direito à autodeterminação.

Os EUA mantêm uma base militar no norte da Gronelândia ao abrigo de um amplo acordo de defesa assinado em 1951 entre Copenhaga e Washington.