Num Conselho Nacional (órgão máximo entre congressos) que terminou já na madrugada de hoje, o Chega definiu que a escolha do próximo presidente será feita pela primeira vez através de eleições diretas, nas quais os militantes votarão apenas para escolher o líder.
Em declarações à agência Lusa, André Ventura confirmou que o Chega “passou para um modelo mais presidencialista de governação interna" que é também o modelo que o partido defende para o país no seu programa eleitoral, estando prevista uma segunda volta caso um candidato não obtenha mais de 50% dos votos no sufrágio de 05 de setembro.
No passado dia 04 de abril, André Ventura apresentou a sua demissão da presidência do Chega, alegando estar “farto” e “cansado” dos que “sistematicamente boicotam” a direção, tendo garantido que seria novamente candidato ao cargo.
Também marcada ficou a segunda Convenção Nacional do partido, para os dias 19 e 20 de setembro, 15 dias após a eleição do novo presidente, com local ainda a definir.
Nesta Convenção será eleita a restante direção nacional, sendo que os restantes órgãos continuarão em funções, “visto que a demissão que ocorreu foi apenas a da direção nacional”, esclareceu André Ventura.
A escolha da nova direção será feita por cerca de 500 delegados, “100 deles por inerência” e 400 eleitos por todas as distritais do país.
Segundo o atual presidente do Chega e também candidato anunciado a Presidente da República, em cima da mesa estarão assuntos como a corrida às presidenciais de 2021, a revisão de estatutos e ainda “a definição dos órgãos e do quadro eleitoral”.
Questionado sobre a dimensão do evento e as circunstâncias em que ocorrerá no contexto da pandemia causada pela covid-19, o líder garantiu que o partido irá consultar a Direção-Geral da Saúde (DGS) para que todas as regras de segurança sanitária sejam “escrupulosamente cumpridas”, acreditando que este evento será um “espaço de afirmação do Chega a nível nacional”.
Na reunião deste domingo foram também aprovadas por unanimidade as contas do partido relativas a 2019.
Quanto à manifestação organizada pelo partido no passado sábado, sob o lema “Portugal não é racista”, André Ventura adiantou que no Conselho Nacional a iniciativa “foi saudada por unanimidade, mesmo por aqueles que antes dela se opuseram ou aconselharam a que não se realizasse”.
“Havia bastante hesitação, mesmo dentro do partido, em relação à realização da manifestação, mas tendo-se transformado no sucesso que foi, houve uma saudação e um reconhecimento unânime à atuação do partido e à convocação da manifestação”, disse o líder. demissionário
Ventura acrescentou que “a esquerda tem que se habituar que, a partir de agora, a direita também vai sair à rua e vai ter tanta ou mais força do que as manifestações de esquerda”.
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