Estas posições foram transmitidas pelo deputado Jorge Galveias, numa conferência de imprensa em que considerou compreensível a decisão do Governo de exonerar a Mesa da SCML liderada pela antiga ministra socialista Ana Jorge.
“O Chega é um partido que se pauta pela transparência e pela seriedade. Estamos perante uma situação grave. Exigimos uma auditoria às contas dos últimos anos, que deverá estar focada essencialmente nos pontos relativos ao investimento internacional e nos jogos Santa Casa”, declarou.
Ainda segundo o deputado do Chega, o seu partido vai chamar ao parlamento” Ana Jorge “e ex-provedores como Edmundo Martinho para que se tire a limpo o que realmente aconteceu e quais as reais condições de funcionamento da SCML”, declarou.
Outros partidos, como a Iniciativa Liberal e o PS, já tinham tomado a iniciativa de chamar ao parlamento Ana Jorge e o seu antecessor no cargo, Edmundo Martinho, mas o partido liderado por André Ventura admite, “se necessário”, incluir o antigo provador Pedro Santana Lopes, atual presidente da Câmara da Figueira da Foz.
Em relação à decisão do Governo de exonerar a equipa de Ama Jorge, o deputado do Chega disse entendê-la “perfeitamente, uma vez que não consegue ter acesso à informação necessária para o bom funcionamento da SCML”.
“Se a senhora ex-provedora não lhe faz chegar todos os dados necessários, é natural que o Governo não se sinta confortável e que deseje substitui-la”, acrescentou.
Ana Jorge tomou posse em 02 de maio de 2023, escolhida pelo anterior Governo socialista, e herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, depois dos anos de pandemia e de um processo de internacionalização dos jogos sociais, levado a cabo pela administração do provedor Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros.
Uma das principais decisões da equipa liderada pela antiga ministra da Saúde foi a realização de uma auditoria independente às contas da SCML, tendo entre os seus objetivos centrais apurar o que aconteceu no processo de internacionalização dos jogos sociais.
Segundo o jornal Público, a auditoria forense que a consultora BDO foi contratada para fazer em agosto de 2023 aos negócios da Santa Casa Global (SCG), empresa criada pela SCML para levar a cabo a internacionalização de jogos, identificou 80 “desconformidades” pelas quais responsabiliza todos os membros da mesa liderada pelo ex-provedor Edmundo Martinho e os gestores que administraram a empresa em Portugal e as sociedades adquiridas e criadas no Brasil, Peru, Moçambique e no Reino Unido.
O PS, através de um recente requerimento, referiu que a situação da SCML “tem sido alvo de escrutínio por parte da Assembleia da República”, dando como exemplos as audições em comissão parlamentar em “diferentes momentos, quer dos responsáveis pela gestão da instituição quer da sua tutela política”.
“No mesmo sentido, a instituição tem sido objeto recorrente de notícia em momentos diversos, que abarcam, por exemplo, o pedido de auditoria forense ordenado pelo anterior Executivo ou, mais recentemente, a demissão da vice-provedora da instituição”, acrescenta-se.
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