O filme "Sicilian Letters" (Cartas da Sicília), bastante ficcionado, estreou no festival de cinema de Veneza e será lançado nos cinemas italianos a 10 de outubro.
Contudo, Salvatore Vaccarino, proprietário do cinema Marconi, em Castelvetrano, terra natal de Matteo Messina Denaro, recusou-se a acolher uma antestreia e a projetar o filme, noticiou o Giornale di Sicilia, citado pelo The Guardian.
"Não me interessa, não me diz respeito", declarou Vaccarino.
O dono do cinema é filho do falecido ex-presidente da câmara Antonio Vaccarino, que foi condenado por tráfico de droga nos anos 90 e é conhecido por se ter correspondido com Denaro em nome dos serviços secretos italianos, na tentativa de o capturar. O filme "Cartas da Sicília" é baseado nessa correspondência.
Segundo a agência ANSA, uma das razões para Vaccarino não exibir o filme pode ser a referência ao seu pai. Mas outras fontes referem que as simpatias por Denaro eram profundas em Castelvetrano e que o filme o retratava de forma negativa, pelo que pode ser esse o motivo da decisão.
Todavia, Giovanni Lentini, atual presidente da Câmara de Castelvetrano, diz que vai tentar persuadir Vaccarino a exibir o filme “para que os cidadãos possam ter a oportunidade de o ver”.
De recordar que Denaro morreu de cancro em setembro do ano passado, nove meses depois de ter sido preso após 30 anos de fuga.
Elio Germano interpreta o mafioso no filme, que conta também com a participação de Toni Servillo, que interpretou o protagonista do filme vencedor de um Óscar, "The Great Beauty", de Paolo Sorrentino.
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