Numa reunião do Conselho Permanente da OEA, o representante da Colômbia, Álvaro Calderón comparou a dimensão da migração venezuelana com a que foi causada pela guerra civil síria e explicou que há uma grande diferença entre os recursos alocados pela comunidade internacional para ambas as catástrofes.

O representante colombiano explicou que a comunidade internacional entregou aos países da Europa que recebiam migrantes sírios cerca de 5.000 dólares (4.800 euros) por ano por cada pessoa, enquanto por cada venezuelano que migra para a Colômbia ou outras nações da América Latina recebem apenas 300 dólares (270 euros).

O número de migrantes venezuelanos na Colômbia chegou este mês a cerca de 1,3 milhões de pessoas, o que representa a segunda maior migração do mundo depois da crise causada pela guerra na Síria.

Para enfrentar este problema, a Colômbia recebeu 228,1 milhões de dólares da cooperação internacional desde janeiro de 2018, segundo dados do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia.

Na OEA, Calderón disse que o Governo do Presidente colombiano Ivan Duque, vai manter a sua política de "braços abertos" para os venezuelanos, mas reconheceu que é "muito difícil" lidar com o atual volume migratório e que a capacidade de algumas comunidades está "comprometida".

O diplomata colombiano apelou a uma maior coordenação regional para prestar cuidados de saúde para os migrantes, para combater os grupos criminosos envolvidos no tráfico de pessoas e para melhorar as condições de trânsito destes migrantes, que se deslocam a pé em busca de refúgio.

Em 22 de maio, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, também pediu mais recursos para a crise venezuelana.

Um total de 63 mil venezuelanos atravessam diariamente a fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, dos quais 2.500 permanecem em território colombiano.