O Centro Gabo conta com cinco dimensões centrais: a história pessoal do escritor, em todas as facetas: o investigador, criador e contador de histórias que tem ramificações como a literatura, o jornalismo, o cinema ou a televisão; o educador; o cidadão e o empreendedor.
“Fez-se um esforço importante para constituir uma secção denominada de ‘Gabo fala’ para a qual foi compilado material de diferentes fontes, como entrevistas que lhe foram feitas, num rigoroso processo de curadoria e cuidado editorial”, explicou o diretor da Fundação para o Novo Jornalismo Ibero-Americano (FNPI), Jaime Abello, à Efe.
Gonzalo García Barcha, filho do escritor, sublinhou que a importância do Centro Gabo “ser-lhe-á dada pelo tempo, com os eventos que ali terão lugar”: “Creio que com o tempo deve ser menos importante o facto de se chamar Centro Gabo”.
“Ele [Gabo, diminutivo do nome do escritor] sempre quis que o maior número de pessoas possível tivesse oportunidades e acredito que este centro é uma das possibilidades para isso ser alcançado”, afirmou também em declarações à agência de notícias espanhola.
O Centro Gabo procura gerar processos de apropriação social do conhecimento a partir do legado no movimento do Nobel da Literatura para despertar e impulsionar vocações para as artes ou para as ciências, promover o pensamento crítico e inovador, e inspirar e formar a cidadania no uso ético e criativo do poder de investigar, contar e partilhar histórias.
“Há outra secção que se chama ‘Contemos a Gabo’, que são textos em que se narram dados relacionados com o Nobel”, bem como “uma cronologia de García Márquez que se irá enriquecendo com a passagem do tempo”, explicou Jaime Abello, adiantando que vai ser lançada uma campanha de memória coletiva em que “qualquer pessoa pode contribuir com as suas experiências, vivências, testemunhos e ideias sobre Gabo”.
Segundo o diretor da FNPI, “o passo seguinte é entrar num processo que aponte para que, em menos de um ano, já se esteja a operar numa sede física que seria o Palácio da Proclamação de Cartagena”.
Esse local “vai acolher uma exposição interativa, um auditório, zonas de restauração e espaços para o trabalho do Centro Gabo e da FNPI”, especificou o mesmo responsável.
O Centro Gabo é uma iniciativa da FNPI e do Ministério das Tecnologias da Informação e das Comunicações (Mintic).
Jaime Abello indicou que o espaço “vai procurar tornar-se num motor de desenvolvimento com grande impacto, contribuir para a construção da paz e reconciliação e consolidar-se como um centro internacional de referência e inovação social, científica e tecnológica”.
Segundo o governador de Bolívar, Dumek Turbay, as obras de remodelação do Palácio da Proclamação, que vai acolher o Centro Gabo, vão ser concluídas em junho do próximo ano.
O autor de “Cem anos de solidão”, distinguido com o Nobel da Literatura em 1982, morreu em abril de 2014, aos 87 anos.
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