Após os episódios de violência, os mais graves desde abril de 2021, os dois países da Ásia Central anunciaram na sexta-feira um cessar-fogo, mas nas horas seguintes trocaram acusações sobre violações da trégua.
No início de domingo, o Quirguistão anunciou um balanço atualizado que cita 46 cidadãos do país mortos nos confrontos na fronteira com o Tadjiquistão, na região de Batken.
O balanço atualizado também cita 140 feridos. O ministro quirguiz de Situações de Emergência, Boobek Ajikeeb, disse que quatro soldados do país estão desaparecidos.
Poucas horas depois, o Tadjiquistão anunciou que 35 pessoas morreram no país nos confrontos.
O ministério das Relações Exteriores tadjique postou no Facebook uma lista de 35 cidadãos mortos entre quarta-feira e sexta-feira.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu aos dois países que evitem uma nova escalada de violência, em conversas por telefone com os presidentes das duas ex-repúblicas soviéticas.
"Vladimir Putin fez um apelo para que as partes evitem uma nova escalada e adotem medidas para resolver a situação o mais rápido possível por meios exclusivamente pacíficos, políticos e diplomáticos", afirmou o Kremlin em um comunicado, após a conversa de Putin com os presidentes do Quirguistão, Sadyr Japarov, e seu colega do Tadjiquistão, Emomali Rakhmon.
Neste domingo, a Guarda de Fronteira do Quirguistão informou que a noite não registrou incidentes, mas destacou que a situação continua "tensa" na fronteira, nas regiões quirguizes de Osh e Batken.
"Os governantes dos dois países estão adotando todas as medidas necessárias para estabilizar a situação, deter todas as escaladas e provocações (...) de maneira pacífica", afirmou a Guarda em um comunicado.
No sábado, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ligou para os governantes dos dois países para "promover um diálogo sobre um cessar-fogo duradouro", destacou um porta-voz das Nações Unidas.
A fronteira entre Tadjiquistão e Quirguistão é cenário de combates frequentes.
Quase metade dos 970 quilômetros de fronteira comum é objeto de disputa desde o fim da União Soviética, em um ambiente de tensão pelo acesso aos recursos naturais.
Em abril de 2021, um episódio de violência provocou mais de 50 mortes e gerou o temor de um conflito em larga escala.
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