“As pessoas estão novamente a valorizar a rua, o ar livre”, disse, otimista, o presidente da Associação de Valorização do Chiado, Vítor Silva, acrescentando que “primeiro houve o deslumbre das grandes superfícies, mas neste momento já muita gente que recusa ir a esses espaços e quer estar na rua”.
Também o presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, Manuel Lopes, acredita que as compras festivas continuam a ser uma tradição portuguesa e explica que em Portugal “é histórico o consumidor e as famílias fazerem as suas compras de Natal porque gostam de ir à rua, porque gostam das iluminações”.
No seu entender, “a tradição vai continuar”.
Contactadas pela Lusa, as associações de comerciantes do Chiado e da Baixa explicaram que, embora ambas acreditem numa inversão de hábitos do consumidor, continuam a existir fatores que têm levado à quebra das vendas nos últimos anos, como o estacionamento, a dificuldade em chegar aos sítios, mas principalmente a falta de dinheiro das famílias.
“É muito difícil. Quer o estacionamento, quer chegar cá”, afirmou Vítor Silva. Manuel Lopes concorda, referindo que existe “uma certa carência em termos de estacionamento”.
No entanto, Vítor Silva acredita que o dinheiro “é o fator principal” para que as pessoas comprem menos.
“As pessoas têm vontade de comprar, mas depois as despesas são muitas”, contou, explicando que “as pessoas olham muito para os preços” e que se nota “uma contenção nos gastos”.
Além disso, os consumidores esperam pelas oportunidades dos saldos, que acontecem logo a seguir ao Natal, em janeiro.
“O Natal deixou de ser, em termos de vendas, o mês fantástico que era por causa dos saldos. Começam muito cedo e há uma retração”, lamentou.
O presidente da Associação de Valorização do Chiado admitiu haver uma “retração” dos clientes nos primeiros dias do mês de dezembro, porém a perspetiva é de que a partir do dia 14 a situação se altere.
“Antigamente [o comércio] fechava muito cedo. Fechava às 19:00. Agora há muitos espaços que já fecham às 21:00, 22:00 e isso também traz um benefício maior. Sem dúvida que as pessoas vêm ver as iluminações e têm lojas abertas. E nessas alturas, equilibra-se em termos de vendas o que não se fez durante o dia”, acrescentou.
Por sua vez, o presidente da Associação da Baixa Pombalina mostrou a sua satisfação com as vendas e as compras dos clientes, que “começaram muito bem”.
As expetativas para as vendas de Natal são positivas, tanto para o Chiado como para a Baixa.
“A ideia que temos, face às tendências que se notam, é que vai ser idêntico ao ano anterior”, diz Vítor Silva, enquanto Manuel Lopes vai mais longe, admitindo perspetivas “inegavelmente boas” para o comércio de Natal da Baixa Pombalina.
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