Em conferência de imprensa, a organização referiu que será na “Climate Change Leadership Porto Summit 2018”, a decorrer no Coliseu do Porto a 06 de julho, promovida por entidades públicas e privadas, que será lançado o ‘Porto Protocol’, um documento de compromisso da comunidade, sobretudo empresarial e do setor vinícola, na luta contra as alterações climáticas.
Além de Barack Obama, 44.º presidente dos Estados Unidos, a conferência contará com a presença de Mohan Munasinghe, ex-vice-presidente do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas e Prémio Nobel da Paz em 2007, Irina Bokova, ex-diretora-geral da Unesco, e Juan Verde, presidente da Advanced Leadership Foundation (ALF), uma das entidades organizadoras do evento.
Segundo Adrian Bridge, da Taylor’s Port e representante no Porto da ALF, “as alterações climáticas são um problema real” e a ideia é promover uma discussão para encontrar soluções, a médio e longo prazo, mas “todos juntos”.
“Este 06 de julho é o dia do lançamento do ‘Porto Protocol’, com oradores importantes”, mas “este é um processo”, disse, acrescentando estar já agendado uma outra conferência para março de 2019, na qual se pretende reunir “pessoas do setor do vinho a nível mundial” para “falar de soluções” para o futuro.
O protocolo, sublinhou, será “uma base de dados” para que empresas se comprometam a encontrar “soluções ambientais”.
O vereador da Câmara do Porto Ricardo Valente frisou mesmo que esta conferência “é o arranque de um movimento que se centra no impacto [das alterações climáticas] do ponto de vista do que é a economia na região Norte e no vinho”.
Frederico Falcão, do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), afirmou que as alterações climáticas são uma preocupação para o setor, “que tem no país uma importância muito grande, sob o ponto de vista cultural, paisagístico e económico”.
“A cultura do vinho é uma cultura fixadora das pessoas no território, tem importância estrutural na nossa economia e este é um setor onde o nome de Portugal atinge uma dimensão muito mais do que a física”, frisou.
O responsável salientou que o problema “já se faz sentir nos vinhos, com a falta de água, com a antecipação de colheitas, e com castas plantadas que estão a sentir alguma dificuldade à evolução que o clima está a ter”.
“Nós queremos estar próximos das soluções e, portanto, daí o envolvimento do Ministério da Agricultura, através do IVV. É [estar a dar] um sinal para dentro, para o nosso setor e para fora de Portugal, de que nós queremos estar na linha da frente da preocupação, estudando o problema, mas sobretudo encontrando soluções para mitigar o problema que estamos a viver”, sublinhou.
Já Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto, também envolvida na organização do evento, frisou que esta conferência marca o arranque do Porto enquanto cidade que se “assume capital não só do vinho, mas de um debate sério preparado, sobre alterações climáticas”.
“O que queremos é um ‘yes, we can’ e um ‘yes, we should’”, sublinhou Botelho.
A organização escusou-se a adiantar o custo desta conferência, centrando-se, sobretudo, no retorno que terá para a cidade e para o país, e apontando o exemplo da cimeira de Davos – “o que foi e o que é hoje” -, especificando tratar-se de “um investimento para alavancar este movimento” de luta contra as alterações climáticas.
No dia da conferência, que se destina apenas a convidados, cerca de 3.000, Barack Obama abordará a importância de “mitigar” o problema e responderá a cerca de 25 perguntas selecionadas, enquanto Irina falará de como as alterações climáticas estão as afetar as regiões classificadas pela Unesco e quais as soluções propostas.
No mesmo dia que estará no Porto, o antigo presidente dos Estados Unidos vai também estar em Madrid, Espanha, enquanto convidado de honra de uma cimeira sobre economia circular e inovação, evento também organizado pela Advanced Leadership Foundation.
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