O CGI convidou em 25 de janeiro o atual presidente da RTP a apresentar um Projeto Estratégico para o próximo triénio, "elaborado à luz das Linhas de Orientação Estratégica" que o órgão entretanto publicou.

"Na sequência de contactos posteriores com Gonçalo Reis, o Conselho Geral Independente procedeu à designação dos dois outros membros do Conselho de Administração: o engenheiro Hugo Graça Figueiredo e, para a área financeira, uma personalidade cuja designação foi submetida, nos termos da lei, ao parecer prévio e vinculativo do ministro das Finanças", adianta o CGI.

Hugo Figueiredo, que foi administrador e presidente da direção do jornal Público, é engenheiro civil pelo Instituto Superior Técnico (IST) e tem um MBA pela Universidade Nova de Lisboa.

Com larga experiência de gestão em setores como telecomunicações e media, Hugo Figueiredo liderou projetos nas áreas do digital, conteúdos, marketing e parcerias estratégicas, foi administrador da Rádio Nova e desempenhou funções na direção das operadoras NOS e Optimus.

Foi ainda vice-presidente da APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações.

O novo administrador é professor de Comunicação em pós-graduação na Porto Business Scholl, empreendedor e consultor de marketing em projetos ligados à educação.

Por sua vez, Gonçalo Reis é presidente do Conselho de Administração da RTP desde o início de 2015, com experiência profissional em setores como banca, consultoria, publicidade, infraestruturas e 'private equity', tendo ocupado cargos de administração em várias empresas.

Entre 2002 e 2007, Gonçalo Reis já tinha sido administrador na RTP.

Em 25 de janeiro, o CGI, que supervisiona a administração da RTP, entre outras funções, anunciou que tinha convidado Gonçalo Reis, cujo mandato termina este mês, a apresentar um Projeto Estratégico da empresa para o triénio 2018-2020 e que os restantes dois membros - Nuno Artur Silva e Cristina Vaz Tomé cessavam funções.

Na altura, o CGI recordou que Nuno Artur Silva foi "responsável, nos últimos três anos, pela reconfiguração estratégica da política de conteúdos da empresa, numa ótica de serviço público de media, tarefa que desempenhou de modo altamente meritório e sucessivamente reconhecido pelas instâncias de escrutínio da empresa".

No entanto, a continuidade de Nuno Artur Silva na RTP era "incompatível com a irresolução do conflito de interesses entre a sua posição na empresa e os seus interesses patrimoniais privados, cuja manutenção não é aceitável, não obstante o CGI, no âmbito das suas funções de supervisão e fiscalização, não ter verificado que isso tenha sido lesivo da empresa, no decurso do seu mandato", argumentou o CGI num comunicado então enviado.

No que respeita a Cristina Tomé, o CGI salienta que a administradora cessante, com o pelouro financeiro, "contribuiu, de modo altamente meritório, para uma gestão empresarial eficiente, que se saldou pelo equilíbrio das contas e pela estabilização financeira, ao longo dos três anos de mandato".

Além disso, Cristina Tomé teve "um papel da maior importância no relançamento dos investimentos na RTP, com diversas iniciativas relevantes", concluiu o CGI.