101 empresas portuguesas, responsáveis por empregarem cerca de 260 mil pessoas, das quais mais de 46 mil jovens (até aos 29 anos), e por uma facturação de 76 mil milhões de euros, comprometem-se, em conjunto, a levar a cabo até 2026 à contratação de “14% de jovens” para os seus quadros.
Esta é a estimativa da Fundação José Neves (FJN) que convidou 51 novas empresas nacionais a juntarem-se às 50 fundadoras do “Pacto Mais e Melhores Empregos para os Jovens -, documento assinado no passado dia 19 de janeiro - e que hoje, dia 10, conhece um segundo encontro para formalizar o alargamento.
A reunião, a decorrer hoje no Picadeiro Real de Belém, em Lisboa, a partir das 14h30, conta com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, do Secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, de José Neves, das entidades associadas e empresas signatárias. Entre elas estão representes da banca (Banco de Portugal e novobanco), químicas (Hovione), transportes (Barraqueiro), conglomerados empresarias (Grupo Bel), aeroportos (ANA), aviação (TAP), distribuição (Unilever FIMA), retalho (El Corte Inglés), engenharia (ISQ), agroalimentar (Grupo Campicarn e Primor), automóvel (Salvador Caetano Auto e Grupo Nors), tabaqueira (Tabaqueira), tecnológicas (HCLTech) e educação (The Inventors), entre outros sectores.
Nas projeções do impacto estimado para 2026 e de acordo com os compromissos traçados pelas 101 empresas, a Fundação José Neves prevê que do Pacto resulte num aumento de “7% dos jovens que permaneceram nas empresas dois anos consecutivos” e um crescimento de “10% dos jovens com contrato sem termo” até 2026.
Entre as metas a atingir nos próximos dois anos está ainda um aumento de “7% dos jovens com ensino superior com salários acima dos 1320 euros” e “3% dos jovens com ensino superior a trabalharem em funções adequadas ao seu nível de escolaridade”, lê-se num comunicado da FJN.
“A nossa expectativa é que daqui resulte a criação de soluções para uma mudança estrutural que contrarie a vulnerabilidade do emprego jovem em Portugal, e que promova uma resposta às necessidades e aos anseios dos jovens portugueses que querem encontrar no nosso país as condições que ambicionam para uma progressão profissional e dignidade pessoal”, sublinhou Carlos Oliveira, Presidente Executivo da Fundação José Neves.
Menos carga fiscal e incentivos, parcerias com ensino profissional, facilitar estágios remunerados e adaptação trabalho e vida pessoal. As propostas das empresas
Questionadas nos meses que antecederam o encontro, as empresas signatárias apontaram diversas soluções para atingirem os fins a que se propõem, procurando dar uma resposta aos quatro eixos do Pacto: atrair e reter, garantir emprego de qualidade, desenvolver e formar e dar voz aos jovens.
Passa, desde logo, por “diminuir a carga fiscal” aos jovens trabalhadores e criar “incentivos fiscais” para a sua contratação por parte das empresas. Pedem que se adapte e agilize a “legislação às novas exigências de flexibilidade no trabalho” e que sejam executadas políticas “flexíveis de gestão do tempo de trabalho e férias”, valorizando o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Identificam ainda a necessidade de acelerar “parcerias” com escolas profissionais”, promover a “participação das empresas no desenho dos cursos do Ensino Profissional” e “valorizar” jovens que provenham desse ensino.
Facilitar o acesso a programas de “estágios profissionais remunerados” e a proximidade entre o “mundo académico e empresarial”, bem como, “majorar apoios” a empresas que investem em “contratação permanente”, são outros dos pontos identificados.
Por fim, sublinham ser fulcral a participação e envolvimento dos jovens nas empresas. Um envolvimento que pode revestir as mais diversas formas e passa pela criação de grupos de trabalho, promoção de inquéritos ou integrar, de forma rotativa, jovens nos conselhos de administração das empresas.
O "Pacto Mais e Melhores Empregos para os Jovens" surge na sequência do lançamento do Livro Branco, em dezembro de 2022, uma iniciativa da Fundação José Neves, do Observatório do Emprego Jovem e da Organização Internacional do Trabalho para Portugal, com o alto patrocínio do Presidente da República.
Para além do Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República, da Fundação José Neves e da Secretaria de Estado do Trabalho, são ainda Entidades Associadas ao Pacto a Associação Business Roundtable Portugal, o Conselho Nacional de Juventude (CNJ), o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), e o Observatório do Emprego Jovem (OEJ), este último, responsável pela monitorização do Pacto.
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