Na véspera do fim oficial da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) em Glasgow, Reino Unido, os climatólogos salientam no documento hoje divulgado que o encontro mundial é um momento “histórico” para o futuro da humanidade.
“Nós, climatólogos, sublinhamos a necessidade de ações imediatas, fortes, rápidas, duráveis, e em larga escala para limitar o aquecimento global a um nível bem inferior a +2°C e para continuar os esforços para o limitar a 1,5°C", como previsto no Acordo de Paris, dizem os cientistas na carta aberta.
“A COP26 é um momento histórico para o destino do clima, das sociedades, e dos ecossistemas, porque as atividades humanas já aqueceram o planeta em cerca de +1,1°C e as futuras emissões de gases com efeito de estufa determinarão um maior aquecimento”, adiantam.
Após mais de 10 dias de negociações, a COP26 está a entrar na reta final, mas apesar dos anúncios de novos compromissos desde o início da conferência o mundo continua a caminhar para um aquecimento "catastrófico" de 2,7°C acima dos níveis pré-industriais, de acordo com a última avaliação da ONU.
Na carta aberta, os climatólogos insistem nas conclusões claras dos múltiplos relatórios dos peritos em clima das Nações Unidas: O aquecimento sem precedentes causado pelos gases com efeito de estufa gerados pelas atividades humanas, a multiplicação de eventos climáticos extremos, as grandes diferenças de impacto entre +2°C ou +1,5°C, e os impactos por vezes já "irreversíveis".
O último relatório, de agosto, do Painel Intergovernamental para a Alterações Climáticas (IPCC, na sigla original), sob a égide da ONU, advertiu para o risco de se atingir o limiar de +1,5°C por volta de 2030, dez anos mais cedo do que anteriormente estimado.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos estão reunidos até sexta-feira em Glasgow para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.
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