“Conseguimos confirmar o que queríamos: que fosse a conferência da implementação e que não ficaríamos satisfeitos com decisões tradicionais”, afirmou o presidente da COP27 e primeiro-ministro egípcio, Sameh Shukri.
Hoje de manhã, os países presentes em Sharm el-Sheikh, no Egito, aprovaram um documento que, entre outras questões, contempla a criação de um fundo de compensações aos países mais vulneráveis por perdas e danos causados pelas alterações climáticas cuja origem se deve sobretudo às nações mais desenvolvidas.
“Desde o início, tentámos promover a importância da implementação e isso traduziu-se no sucesso das longas e precisas consultas para aprovar um fundo de compensação por perdas e danos”, acrescentou Sameh Shukri.
Segundo o presidente da COP27, a criação do fundo foi uma “conquista”, “depois de cerca de 27 anos de pedidos e reivindicações de países africanos e em desenvolvimento” nesse sentido.
Shukri considerou ainda que o plano de Sharm el-Sheikh “apoia a ambição de manter [o aumento da] temperatura do planeta abaixo de um 1,5º Celsius abre a porta a esforços de redução das emissões” de fases que criam um efeito de estufa, pelo que se “espera que o plano seja aprovado na COP28”.
No seu discurso de balanço da COP27, o primeiro-ministro egípcio lembrou que 112 chefes de Estado e de Governo e cerca de 66.000 pessoas participaram na conferência do clima ao longo de 14 dias de trabalhos, debates e negociações, sublinhando tratar-se do “maior número de participantes num evento desse tipo”.
Várias organizações ambientalistas e a União Europeia valorizaram positivamente a criação do fundo para perdas e danos que foi estabelecido nesta cimeira, mas lamentaram que os objetivos de redução de emissões poluentes tenham ficado sem avanços significativos.
Várias dessas organizações consideraram que esse insucesso se deveu à influência de países produtores de petróleo, como a Arábia Saudita, aliada próxima do Egito, que pressionaram para que o tema fosse retirado da agenda.
A 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas começou em 06 novembro e terminou hoje em Sharm el-Sheik, no Egito, juntando vários líderes mundiais e somando cerca de duas mil intervenções sobre mais de 300 tópicos.
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