“Aconselhamos vivamente a Coreia do Norte (…) a suspender imediatamente os preparativos em curso para o lançamento de um satélite espião militar”, disse o diretor de operações do Estado-Maior Conjunto do Sul.
“Se a Coreia do Norte lançar um satélite de reconhecimento militar apesar do nosso aviso, o nosso exército tomará as medidas necessárias para garantir a vida e a segurança da população”, acrescentou Kang Hopil.
O dirigente deu a entender que as medidas poderiam incluir a suspensão dos acordos militares assinados pelos dois países em 2018, que suspenderam as atividades de vigilância aérea e os exercícios de tiro real ao longo da fronteira.
Kang acusou Pyongyang de ter já violado o acordo inúmeras vezes, dando como exemplo a destruição de um escritório de ligação intercoreano abandonado na Coreia do Norte, o envio de drones para o Sul e a realização de exercícios de tiro ao longo da fronteira marítima.
“Apesar das repetidas violações do acordo por parte do Norte, os nossos militares têm respeitado pacientemente as cláusulas do acordo militar, mas isso causou problemas consideráveis na prontidão dos nossos militares”, disse o dirigente.
O acordo militar, alcançado durante uma breve aproximação entre o então Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, criou zonas tampão ao longo das fronteiras terrestres e marítimas e zonas de exclusão aérea para evitar confrontos acidentais.
Após uma segunda tentativa fracassada em agosto, Pyongyang anunciou que iria realizar um terceiro lançamento de um satélite espião em outubro, mas isso não aconteceu.
As autoridades sul-coreanas disseram que o atraso foi provavelmente porque a Coreia do Norte está a receber assistência tecnológica da Rússia.
No início de Novembro, os serviços de informação militar de Seul afirmaram que a Coreia do Norte estava na fase final dos preparativos para a terceira tentativa.
O ministro da Defesa sul-coreano, Shin Won-sik, disse no domingo que o lançamento poderia ocorrer ainda esta semana.
Uma delegação da Rússia liderada pelo ministro dos recursos naturais, Alexander Kozlov, visitou na semana passada a Coreia do Norte para discutir “a cooperação nos domínios do comércio, economia, ciência e tecnologia”, avançou a agência de notícias oficial norte-coreana, a KCNA.
De acordo com a Coreia do Sul, o Norte forneceu à Rússia mais de um milhão de munições de artilharia para a guerra na Ucrânia, recebendo em troca aconselhamento técnico para os satélites.
No início de novembro, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) condenou as transferências de armas do país para a Rússia, apelando aos dois lados para que “cessem imediatamente todas essas atividades”.
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