O líder do executivo regional falava durante a inauguração das remodelações no Hospital da Horta, onde foi recebido por um protesto dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica dos Açores.
"Nós não estamos livres de termos aqui na nossa região uma situação complicada do ponto vista da covid-19. Não estamos livres de ter graves e sérios problemas do ponto de vista da saúde publica na nossa região", declarou Vasco Cordeiro.
O presidente do Governo Regional referiu que a região está num "percurso de passar de uma abordagem mais proibitiva" para uma abordagem que "coloca no centro a responsabilidade individual" em relação à pandemia.
"Dado por assente que nós não podemos pura e simplesmente fechar empresas, fechar a administração pública, fechar tudo e mais alguma cosia, recai sobre cada um de nós grande parte dessa responsabilidade [de conter o surto]", apontou.
Vasco Cordeiro frisou que a "primeira linha de defesa" da região no combate à covid-19 "não reside" no Serviço Regional de Saúde (SRS), porque este só "entra em ação" quando a população não é capaz de "cumprir as regras básicas" de prevenção da infeção com o vírus da covid-19.
"O comportamento individual não reside nos enfermeiros, não reside nos médicos, não reside no Serviço Regional de Saúde. Esses entram em ação por descuido, por desinteresse, por irresponsabilidade, em alguns casos", apontou.
A intervenção no Hospital da Horta abrangeu remodelações no serviço de urgência e no hospital de dia, que custaram cerca de sete milhões de euros.
Segundo o presidente do Governo dos Açores, a obra integra-se num conjunto de investimentos que têm sido realizados com vista à "melhoria das condições para a prestação de cuidados de saúde" no Faial.
À porta do Hospital da Horta, um grupo de 25 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica protestaram devido à falta de progressos nas negociações com a secretária regional da Saúde, Teresa Luciano.
Os profissionais, que reivindicam o descongelamento da carreira e a equiparação a outras carreiras da administração pública, tiveram uma reunião esta manhã com a secretária da Saúde, mas alegam que as condições apresentas pelo Governo dos Açores já tinham sido propostas anteriormente.
"Estamos aqui numa ação de protesto. Fizemos greve há uns dias e a secretária disse-nos que ia fazer uma reunião hoje. E o que nos foi apresentado hoje na reunião foi exatamente o mesmo que nos levou a fazer greve", afirmou Carlos Laranjo, representante daqueles técnicos.
Carlos Laranjo salientou o "desagrado" dos técnicos e avançou que a reunião foi "suspensa", estando previsto que seja retomada durante a tarde: "Vamos ver o que nos vai ser apresentado", referiu.
Desde o início da pandemia da covid-19 foram detetados nos Açores 174 casos de infeção pelo novo coronavírus, dos quais 18 mantêm-se ativos (17 em São Miguel e um na Terceira), tendo-se registado 16 mortes.
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