“Ainda não estamos na altura de começar a viajar”, alertou Rochelle Walensky, diretora do Centro de Prevenção e Combate às Doenças (CDC), a principal agência de saúde pública dos Estados Unidos, comentando a expectativa de número de viajantes para as férias da Páscoa, ignorando os apelos de recolhimento para fazer frente à pandemia de covid-19.
Entre sexta-feira e domingo, a polícia de Miami, Florida, deteve mais de 50 pessoas por resistirem ao cumprimento de instruções para respeitarem o recolher obrigatório, vigente desde as 20:00, de quinta-feira a domingo.
O estado da Florida é um dos locais mais procurados por estudantes para passarem as férias da Páscoa, tirando proveito das condições atmosféricas que permitem a organização de grandes festas nas praias, com milhares de pessoas, pela noite dentro.
A Florida, contudo, é agora o terceiro estado norte-americano com mais casos acumulados de covid-19, com mais de dois milhões de infeções, incluindo mais de 32 mil mortes, de acordo com a Universidade de Johns Hopkins.
Assim, as autoridades municipais de Miami decidiram prolongar o recolher obrigatório até, pelo menos 12 de abril, e intensificar a vigilância policial, para evitar a realização de festas por parte dos jovens que viajaram até à cidade desde várias partes do país.
Os restaurantes da marginal da cidade podem permanecer abertos até às 06:00, mas apenas para serviço de ‘take-away’, e os cafés e restaurantes com esplanadas devem encerrar portas às 20:00.
Rochelle Walenksy já admitiu que a maioria das viagens aéreas que estão programadas para os próximos dias estão associadas às férias estudantis e apelou ao espírito de respeito pelas regras de distanciamento social e de recolhimento.
“Temos de agir agora. Temos que, se não agirmos de forma correta, rapidamente enfrentaremos uma nova vaga, como está a suceder já na Europa”, disse a responsável pelo CDC.
Depois de ter descido acentuadamente em meados de janeiro, a curva de novos casos de contaminação com covid-19 nos Estados Unidos mantém-se agora num planalto, com 50.000 a 60.000 novos contágios diários, continuando este a ser o país mais afetado pela pandemia em todo o mundo.
“O levantamento contínuo das medidas preventivas é uma ameaça séria à segurança de todos”, alertou Walenksy, explicando que, apesar da rápida imunização da população, os Estados Unidos ainda estão longe de ter a situação pandémica controlada.
Nos EUA, quase 25% da população já recebeu pelo menos uma dose de uma das três vacinas autorizadas e 13% já está totalmente imunizada.
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