“Os pescadores das traineiras da pesca da sardinha estão em contacto permanente uns com os outros e trabalham num espaço exíguo, pelo que não podem observar as recomendações da Direção-Geral da Saúde para prevenir a propagação da doença”, justificou Ricardo Santos, dirigente da SESIBAL, Cooperativa de Pesca de Sesimbra, Sines e Setúbal.
Em declarações à agência Lusa, Ricardo Santos lembrou que cerca de 70% das embarcações de pesca que se dedicam à pesca da sardinha estão paradas há quase seis meses e só retomam a atividade no final de maio, devido ao longo período de defeso biológico da sardinha.
“Para tentarem sobreviver, alguns pescadores continuam a sair para o mar, à procura de espécies de menor valor comercial, mas já todos percebemos que estes profissionais estão a correr um risco muito grande de contraírem e propagarem a doença Covid-19, até porque a maioria não dispõe de materiais de proteção individual – máscaras e luvas – que não estão disponíveis no mercado”, disse Ricardo Santos.
“É, por isso, que defendemos que deveria haver uma suspensão da atividade e a atribuição de um subsídio aos profissionais de toda a frota nacional”, reiterou o presidente da SESIBAL, lamentando que, até agora, não tivesse havido qualquer manifestação de preocupação nesse sentido, por parte do Governo e dos principais partidos políticos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.000 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 85.500 recuperaram da doença.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.
Dos casos confirmados, 696 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O boletim divulgado pela DGS assinala 6.061 casos suspeitos até hoje, dos quais 488 aguardavam resultado laboratorial.
Segundo os dados mais recentes da DGS, o número de casos recuperados manteve-se em três. No entanto, o SAPO24 confirmou na manhã do dia 18 de março um quarto caso de recuperação, que já teve alta do Hospital de São João do Porto, mas que não é considerado nesta contagem.
De acordo com o boletim, há 8.091 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Atualmente, há 24 cadeias de transmissão ativas em Portugal.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de hoje.
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