O aumento de doentes infetados com o novo coronavírus em Portugal – neste momento estão contabilizados 41 casos - e o receio da proliferação em meio escolar, já pôs os diretores escolares a pensar em formas de minimizar o impacto da doença entre os alunos.
Para o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, os estudantes que, no final do ano letivo, vão realizar exames nacionais devem ter aulas extra caso fiquem sem aulas.
Os alunos do 9.º, 11.º e 12.º anos deverão ter aulas de compensação às disciplinas que tenham exames, defendeu Filinto Lima, sublinhando, no entanto, que cada comunidade educativa tem autonomia para decidir quais as medidas a aplicar tendo em conta a sua realidade escolar.
“As aulas extra podem ser na pausa da Páscoa ou no final do ano letivo, no final de junho, quando os alunos estão a preparar-se para os exames”, explicou à Lusa Filinto Lima.
O impacto das aulas perdidas por causa do encerramento das escolas também começa a ser um assunto que preocupa os pais que garantem ter sempre como prioridade a saúde e bem-estar dos filhos.
“A saúde dos filhos está em primeiro lugar e neste momento a principal preocupação é garantir a segurança de todas as crianças”, disse à Lusa Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap).
No entanto, já há escolas encerradas na zona de Lisboa, no norte e em Portimão e o problema poderá alargar-se a outros estabelecimentos de ensino. E é perante este cenário que o presidente da Confap aplaude a ideia de avançar com aulas extra.
Se a situação “ficar dramática”, Jorge Ascenção admite como hipótese haver aulas à distância, à semelhança do que começou a ser feito esta semana em algumas instituições de ensino superior.
Reconhecendo que não sabe se seria praticável, uma vez que implicaria que todos os alunos tivessem internet em casa, Jorge Ascenção admite que as aulas por e-learnig poderia ser uma solução, caso o encerramento das escolas se prolongue no tempo.
Neste momento, Jorge Ascenção continua à espera de resposta do pedido de reunião que solicitou ao Ministério da Educação para analisar a situação.
A Lusa questionou na segunda-feira o Ministério da Educação sobre as medidas que estão a ser pensadas, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.
Em cima da mesa está neste momento a hipótese de as férias da Páscoa poderem ser antecipadas duas semanas, começando já na próxima semana, como forma de tentar conter a proliferação do vírus.
A ideia partiu de Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), que considera mais complicada a ideia de serem dadas aulas extra no final do ano letivo porque “é muito difícil arranjar tempo extra no calendário escolar”.
Para Manuel Pereira seria mais pertinente antecipar as férias, que assim começariam já na próxima semana, e depois os alunos retomariam as aulas todos ao mesmo tempo.
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