A “AFMRN condena veementemente as decisões, mal fundamentas e injustas, de suspender a realização das feiras mantendo, contudo, os restantes setores de comércio em funcionamento. Salientamos que, com as devidas limitações necessárias, é possível a realização das feiras, da mesma forma que é possível o funcionamento do setor da restauração ou o funcionamento dos ‘shoppings’”, lê-se num comunicado enviado à comunicação social.
A Associação Feiras e Mercados da Região Norte alerta ainda que uma nova “paragem forçada” vai fazer com que “milhares de famílias não consigam sequer colocar comida na mesa”, acrescentando que a decisão “extrema e fácil” de cancelar a realização de feiras não é a “acertada” para o setor, que “não morrerá da doença (covid-19), mas sim da cura”.
Apesar de considerar que devem ser tomadas medidas para evitar o “descontrolo das cadeias de transmissão” do vírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, a associação classifica a decisão de “antidemocrática”, “discriminatória” e “mal fundamentada”.
“É possível verificar que lojas, cafés, restaurantes, ‘shoppings’ e muitos outros setores continuam a trabalhar, embora com restrições e/ou horários reduzidos, enquanto em muitos municípios começam já a ser canceladas as feiras por ‘tempo indeterminado’. Trata-se assim de decisões extremamente discriminatórias, visto que as feiras são o meio de sustento de milhares de famílias em Portugal”, refere.
Os feirantes recordam que 2020 é um ano que está a penalizar fortemente aquela atividade das feiras e dos mercados, porque, para além da covid-19, nos primeiros meses do ano verificaram-se “fortes intempéries, que inviabilizaram por diversas vezes a realização de feiras”.
“Agora, com o agravar da crise epidémica, o setor é novamente penalizado de forma discriminatória”, criticam.
A Associação destaca ainda que a “reabertura” das feiras ocorreu, regra geral, durante o mês de junho e que nos três meses que se seguiram “não houve um aumento agravado do número de infetados pelo coronavírus SARS-CoV-2”.
É possível verificar que as feiras “não são um fator de elevada propagação da doença covid-19. Basta ver o exemplo dado em diversas feiras do país para verificar que, de um modo geral, as regras sanitárias impostas, como o uso obrigatório de máscara nos recintos ou a obrigatoriedade de manter um distanciamento de segurança, são bem cumpridas por parte dos feirantes e dos clientes”.
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