“Com certeza que, dentro de três a quatro dias, devemos ter capacidade para ter uma zona do edifício preparada, com 10, 15 ou 20 camas, mas, depois, vamos continuar porque o lar tem cinco alas, duas no rés-do-chão, duas no primeiro andar e outra num edifício contíguo”, disse hoje o autarca José Calixto.
O presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz ((Évora) estimou, em declarações à agência Lusa, que “este trabalho todo, se calhar, durará três a quatro semanas”.
Com a situação no lar, o concelho de Reguengos de Monsaraz regista o maior surto no Alentejo da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, com um total, segundo os dados de hoje, de 131 casos ativos, 16 mortos e 14 pessoas curadas (cinco funcionários do lar e nove pessoas da comunidade).
A “operação de grande envergadura de descontaminação geral” do edifício do Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS) é que já foi concretizada, “com total sucesso”, na quarta-feira, informou hoje o município, no comunicado enviado aos jornalistas com os dados mais recentes sobre a situação epidemiológica do concelho.
A intervenção, “devidamente articulada com as Forças Armadas Portuguesas e com o Ministério da Defesa”, envolveu “33 militares”, pode ler-se no comunicado.
José Calixto explicou que a operação consistiu na “pulverização de todo o espaço através de um processo de atomização com descontaminante”.
“O que os militares fizeram foi pulverizarem e deixarem partículas em suspensão, átomos em suspensão, durante várias horas. Hoje, por volta das 09:00, com o comando militar, fomos vistoriar todo o espaço, abri-lo e arejá-lo para que, esta tarde, uma equipa possa limpar os resíduos do produto utilizado e que é algo gorduroso, nem sequer permite que as pessoas andem por ali, sob risco de escorregarem e caírem”, esclareceu.
Na sexta-feira de manhã decorre outra limpeza mais geral, como preparação do que vai ser a fase seguinte”, prevista começar no mesmo dia e que consiste “sobretudo em pinturas e no envernizamento de corrimões, camas ou outros espaços”, para “tornar o mais lavável possível todas as superfícies”, indicou.
Até hoje, “não há formalmente” qualquer utente do lar curado, reconheceu o presidente da câmara, mas a ideia é que, mal os idosos tenham dois testes negativos, possam “começar a voltar para o lar”, de forma progressiva, já com os arranjos efetuados.
José Calixto revelou à Lusa que, na quarta-feira, “no primeiro teste realizado, houve seis” idosos “negativos, dos 56 utentes do lar infetados” que se encontram nas instalações do pavilhão multiusos do parque de feiras e exposições.
“Já começaram a aparecer negativos, um sinal muito grande de esperança, mas só são considerados curados após dois testes”, ressalvou, prevendo que os idosos realizem esse segundo teste “dentro de alguns dias”.
Portugal contabiliza pelo menos 1.644 mortos associados à covid-19 em 45.277 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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