“Não há razão para duvidar" de que as vacinas atuais protegem os doentes infetados com Ómicron contra formas graves de covid-19, indicou hoje o responsável pela resposta de emergência em saúde pública da OMS, Michael Ryan, numa entrevista à France-Presse.
“Temos vacinas muito eficazes que se mostram potentes contra todas as variantes até agora, em termos de gravidade da doença e hospitalização, e não há razão para acreditar que não seja o caso” com a Ómicron, disse Michael Ryan, frisando que se está no início de estudos de uma variante detetada apenas a 24 de novembro e que desde então foi registada em cerca de 40 países.
O responsável acrescentou que o comportamento geral observado até agora “não mostra um aumento da gravidade” da doença.
“De facto, alguns locais da África Austral estão a relatar sintomas mais ligeiros", disse Michael Ryan, ressalvando que se tem de ter “muito cuidado na forma como se analisa” estes dados, uma vez que estamos na presença de uma variante detetada muito recentemente pelas autoridades sul-africanas.
Também o diretor executivo da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla, disse hoje que os sintomas causados pela Ómicron parecem mais leves do que os causados por outras variantes da covid-19, mas alertou para a transmissão que é mais rápida.
"Não acho que seja uma boa notícia ter algo que se espalha rapidamente", disse Bourla, num fórum organizado pelo The Wall Street Journal, frisando que ao se espalhar rapidamente significa que vai chegar a milhões de pessoas e pode dar origem a outra mutação”.
“Ninguém quer isso”, precisou.
O diretor executivo da Pfizer afirmou ainda que a farmacêutica está a investigar se a vacina contra o covid-19 oferece menos proteção contra esta variante e garantiu que espera ter mais informações nas próximas semanas, embora não tenha divulgado uma data específica.
A variante Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde, foi detetada na África Austral e desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em vários países de todos os continentes, incluindo Portugal.
O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) indicou hoje que o número de casos associados à variante Ómicron em Portugal é atualmente de 37 e coloca a hipótese de circulação comunitária desta variante no país de uma forma residual.
A covid-19 provocou pelo menos 5.261.473 mortes em todo o mundo, entre mais de 265,80 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.572 pessoas e foram contabilizados 1.172.420 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
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