Dados provisórios entre 3 de janeiro de 2019 e 1 de janeiro de 2021 apontam para 613.197 mortes em Inglaterra e País de Gales, 14% acima da média dos cinco anos anteriores (537.579).
A BBC calculou que, somando os valores da Escócia e Irlanda do Norte, publicados à parte, o valor global para o Reino Unido chega perto de 697.000 mortes, registando um excesso de mortalidade de 91 mil óbitos, equivalente a uma subida de 15%, o maior aumento num período de 12 meses desde 1940.
Os números ainda são provisórios porque existe um atraso entre as mortes e o respetivo registo, o que pode afetar os números do final de dezembro, mas confirmam um aumento significativo do excesso de mortalidade em 2020 que só foi observado antes em 1918, devido à pandemia da “Gripe Espanhola”, e depois em 1940, logo após o início da Segunda Guerra Mundial.
O excesso de mortalidade soma todas as mortes registadas num ano e compara o valor com a média dos últimos cinco anos, sendo considerado o melhor indicador para avaliar o impacto na mortalidade porque inclui os óbitos que podem ter sido uma consequência indireta da pandemia, como a falta de assistência médica ou problemas socio-económicos.
Richard Murray, diretor do King’s Fund, uma instituição de estudos especializada em questões de saúde, comentou que o Reino Unido tem uma das taxas de excesso de mortalidade mais altas do mundo por milhão de habitantes.
“Numa pandemia, os erros custam vidas. As decisões para entrar em confinamento têm sido lentas e o governo não aprendeu com os erros do passado ou com as experiências de outros países. (…) Como muitos países, o Reino Unido estava mal preparado para este tipo de pandemia”, disse, citado pela BBC.
O governo britânico foi criticado por não ter decretado mais cedo a decisão de entrar em confinamento em março de 2020 para travar a disseminação do coronavírus e o mesmo aconteceu com o atual confinamento, iniciado na semana passada, após o período festivo do Natal.
De acordo com os últimos dados oficiais, o Reino Unido conta desde o início da pandemia 81.960 mortes de pessoas infetadas, mas o balanço sobe para 82.624 quando são somados os casos cujas certidões de óbito fazem referência ao novo coronavírus como fator contributivo.
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