Numa nota de imprensa o SMZS, que pertence à Federação Nacional dos Médicos, recorda que foi apresentada ao Ministério da Saúde, no início do ano, uma proposta negocial relativa à governação clínica.
O SMZS considera que, com esta proposta, “são introduzidas melhorias para o funcionamento dos serviços ao apresentar uma nova formulação da caracterização do “diretor clínico”, no caso dos hospitais, e do “presidente do Conselho Clínico e da Saúde, no caso dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS)”.
Para este sindicato dos médicos, a adequada governação clínica melhora os cuidados de saúde prestados aos doentes, ao promover uma liderança forte associada à qualificação técnico-científica”, em detrimento de “uma visão puramente gestionária das instituições de saúde, sujeita a clientelismos, que se iniciou no ano de 2007 com o Estatuto do Gestor Público, implementado pelo ministro da Saúde, António Correia de Campos”.
Este estatuto, refere o comunicado, revelou-se, ao longo dos anos, “uma falácia, ao abrir a porta a nomeações políticas duvidosas para cargos dos conselhos de administração hospitalares e dos órgãos de gestão dos ACeS”.
A carreira médica “passou a ser substituída por indigitações pouco esclarecedoras e médicos mais jovens passaram a ocupar cargos para os quais certamente não possuem a devida preparação”.
Exemplo deste tipo de gestão, aponta o SMZS, é a nomeação de um médico recém-especialista para presidente do Conselho Clínico do ACES Loures-Odivelas.
“Em tempos de pandemia, o Ministério da Saúde demonstra, mais uma vez, a inabilidade gestionária mediante políticas geradoras de desconfiança e descontentamento entre os médicos”, remata o comunicado.
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