O também ex-secretário de Estado da Saúde Francisco Ramos tinha afirmado na sexta-feira no Expresso da Meia-Noite que acreditava que é possível atingir a imunidade de grupo no próximo verão, uma vez que "os especialistas dizem” que “será conseguida com 60 a 70% da população” vacinada, disse.
Ao Público, Francisco Ramos pede “extrema prudência”. A vacina “é apenas uma parte da solução, não é um milagre, não é o golpe de mágica que tudo vai resolver”. O responsável adianta que vai recomendar ao Governo o pedido de um parecer ao Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida sobre o consentimento esclarecido das pessoas com demência. Para além disso, não vê o chegar às pessoas que não têm telemóvel como um problema (para receberem uma mensagem a questionar se querem ou não ser vacinadas). “Numa grande cidade será provavelmente [através de] uma carta, numa pequena localidade, [através de] um recado que alguém fará chegar à própria pessoa”, diz.
Questionado sobre se quem já esteve infetado vai receber a vacina, responde que pessoas nesses casos podem tomar "porque nos ensaios clínicos a vacina foi administrada a pessoas que já tinham contraído a doença e, portanto, continuou a ser segura". Sobre se esse comportamento é ou não um desperdício, uma vez que em princípio essas pessoas já desenvolveram anticorpos, Francisco Ramos explica que "[a]inda não há consenso nem uma decisão científica que talvez venha a haver quando [nesta segunda-feira] a Agência Europeia do Medicamento produzir o seu parecer final [sobre a vacina da Pfizer] no sentido de dizer que, apesar de já terem alguns anticorpos, vale a pena tomarem a vacina, porque isso reforça a proteção ou não".
Comentários