“A Assembleia do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) nomeou Pierre Krähenbühl como o próximo diretor-geral da organização”, refere um comunicado da organização, com sede em Genebra.
O suíço, que tem mais de 30 anos de experiência no setor humanitário, assumirá o cargo em 01 de abril de 2024, quando terminar o mandato de quatro anos de Robert Mardini.
Pierre Krähenbühl, 57 anos, ocupou altos cargos no CICV durante 25 anos e é atualmente secretário-geral da Assembleia do Comité.
“É reconhecido como um líder estratégico e motivado, com uma vasta experiência organizacional e um forte compromisso com o CICV”, refere o comunicado de imprensa.
Para além da sua longa experiência na Cruz Vermelha, Krähenbühl foi nomeado comissário-geral da UNRWA em 2014.
Demitiu-se deste cargo em 2019, no contexto de uma investigação interna sobre alegações de má gestão e abuso dentro da organização, mas foi amplamente ilibado.
Na altura, a UNRWA enfrentava ataques implacáveis da administração norte-americana de Donald Trump, que, tal como Israel, acusava a agência de ser parcial no conflito israelo-palestiniano.
Em 2018, Washington decidiu suspender e depois eliminar completamente a contribuição dos EUA para o orçamento da agência, privando-a da sua principal fonte de receitas.
A chegada de Joe Biden à Presidência dos EUA restabeleceu o apoio financeiro.
Pierre Krähenbühl vai gerir as operações quotidianas de um CICV em grandes dificuldades.
O dinheiro é escasso, a organização está a ter de reduzir drasticamente certas operações e vai suprimir muitos postos de trabalho.
O CICV está também sob uma pressão considerável devido ao conflito israelo-palestiniano e, em particular, à sua resposta à guerra em Gaza.
A organização, fundada há 160 anos para atuar como intermediário neutro entre as partes beligerantes e para visitar e ajudar os prisioneiros de guerra, foi acusada por ambas as partes no conflito entre Israel e o Hamas de parcialidade e de não fazer o suficiente pelos reféns detidos na Faixa de Gaza.
Esta semana, a presidente do CICV, Mirjana Spoljaric, sublinhou mais uma vez a importância de manter a neutralidade da organização nesta guerra, tal como em todos os conflitos e crises.
“Abandonar a neutralidade e adotar uma prática de denúncia pública tornar-nos-ia inúteis”, afirmou.
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