Daniel Adrião disse à agência Lusa que a sua decisão “está dependente de um conjunto de consultas”, mas será anunciada até sábado, dia em que se reúne a Comissão nacional do partido para decidir sobre o calendário eleitoral interno.
“Tenho recebido vários apoios de pessoas que não se reveem em qualquer dos candidatos” até agora conhecidos, José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos, declarou o dirigente da linha minoritária dos socialistas.
Adrião considerou existir “uma lacuna” relativamente aos dois candidatos já conhecidos, uma vez que são ambos “candidatos de continuidade”.
“São ambos herdeiros do ‘costismo’ e é preciso cortar com isso. É preciso que o futuro do PS se construa com novos protagonistas”, defendeu.
O dirigente socialista, que na última reunião da Comissão Nacional defendeu que o PS deveria apresentar o atual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, como candidato do partido a primeiro-ministro nas próximas eleições, mostrou-se preocupado com os “danos reputacionais” que está crise está a gerar no partido e no sistema democrático português.
“A subida do Chega é o reflexo da revolta das pessoas em relação ao ‘mainstream’ político”, sustentou, questionando a “malformação congénita” do sistema eleitoral português.
“É um sistema eleitoral aberrante. Na União Europeia, só Portugal e Espanha é que têm listas fechadas e bloqueadas”, afirmou, defendendo a sua preferência pelos sistemas que permitem o voto preferencial e/ou nominal.
A Comissão Nacional do PS volta a reunir-se no sábado para definir o calendário eleitoral na sequência da demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro e da decisão de não voltar a candidatar-se.
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