Pablo Casado foi o mais votado pelos 3.082 delegados ao congresso, segundo dados provisórios citados pela imprensa espanhola, tendo ganho o braço de ferro contra Soraya Sáenz de Santamaría, que concorria com ele ao lugar, depois de os dois terem sido os mais votadas nas primárias realizadas há duas semanas.
O novo líder da direita espanhola, com 37 anos, foi o candidato mais jovem à sucessão de Mariano Rajoy, tendo tido uma ascensão meteórica no partido até chegar ao lugar de vice-secretário responsável pela para a Comunicação do PP que ocupou até agora.
Pablo Casado tem a partir de agora a tarefa de preparar o partido para as eleições autárquicas (locais e autonómicas) e europeias a partir de maio de 2019, e para as legislativas previstas para se realizarem em 2020.
A mais votada nas primárias, Soraya Sáenz de Santamaría, com 47 anos e até 01 de junho último vice-primeira-ministra do Governo de Mariano Rajoy, insistiu ao longo de toda a campanha na necessidade de “integrar” o outro candidato numa lista única ao congresso que seria liderada por ela.
Por seu lado, Pablo Casado, com 37 anos e vice-secretário do PP, recusou que essa “integração” e defendeu que a “unidade” do partido deve ser mantida, mas apenas depois da escolha do novo líder.
A despedida de Rajoy
Mariano Rajoy despediu-se ontem em Madrid do lugar de presidente do Partido Popular (direita) espanhol sublinhando vitórias sobre a crise económica e a tentativa independentista na Catalunha durante os anos em que foi primeiro-ministro.
“Hoje podemos dizer com legítimo orgulho que a Espanha está muito melhor do que quando chegámos ao Governo” em 2011, disse Rajoy no discurso de despedida, no primeiro dia do congresso extraordinário do Partido Popular (PP).
No meio dos aplausos dos delegados, Rajoy recordou a sua gestão durante os sete anos em que esteve à frente do Governo até ser afastado em 01 de junho último por uma moção de censura apresentada pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) com o apoio do Unidos Podemos (extrema-esquerda) e de outros partidos mais pequenos.
O agora ex-presidente do PP assegurou que o seu executivo soube encontrar fórmulas “boas” para enfrentar o desafio colocado pelos independentistas na Catalunha.
Rajoy recordou que aqueles envolvidos na tentativa secessionista estão na prisão ou fugidos no estrangeiro, tendo citado expressamente Carles Puigdemont, que não conseguiu voltar a exercer as funções que pretendia “por muito que tenha tentado”.
“Somos uma grande nação, apesar de alguns a denegrirem”, disse Mariano Rajoy, acrescentando que o país é agora reconhecido no mundo “pela qualidade da sua democracia”.
O ex-governante concluiu que a sua gestão se baseou na aplicação das leis, na segurança, na moderação e na eficácia, e garantiu que, “quando as dificuldades aumentam”, os espanhóis voltam a olhar para o PP, à procura de segurança de certezas.
“Afasto-me, mas não me vou” embora, assegurou Mariano Rajoy no final do discurso de despedida, insistindo que continuará a ser “leal” ao PP.
O líder explicou que não se podia ir embora completamente porque dedicou “muito mais do que meia vida” ao partido e continuará a dar ao PP o que for necessário, mas “longe das luzes da primeira linha”.
Sem mencionar nenhum dos dois candidatos à sua sucessão, Rajoy pediu para todos serem “responsáveis” no seu trabalho futuro e preparados para dar sempre “a resposta adequada”
Mariano Rajoy foi presidente do Partido Popular durante 14 anos e primeiro-ministro nos últimos sete, desde 2011, até ser afastado do poder.
O ex-chefe do Governo também renunciou ao lugar de deputado, ao qual poderia ter regressado, e apresentou-se ao trabalho no seu antigo posto de funcionário público na conservatória de registo civil de Santa Pola (Alicante) poucos dias depois de sair da chefia do Governo.
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