Trata-se de Derek Drummond, condenado pelo Tribunal de Magistrados de Liverpool, também no noroeste de Inglaterra, depois de admitir ter participado no motim e de ter agredido um profissional de saúde.
O Governo britânico alertou que os manifestantes seriam rapidamente julgados e que receberiam “todo o peso da lei” por causarem tumultos em várias cidades britânicas.
O tribunal de Liverpool também proferiu penas de prisão a outros dois envolvidos – Declan Geiran, de 29 anos, condenado a 30 meses, 28 deles por desordem violenta e incêndio criminoso de uma carrinha da polícia em Liverpool e os restantes dois por comunicação maliciosa, e Liam Riley, 40 anos, condenado a 20 meses de prisão por participar nos motins.
“Aqueles que deliberadamente se envolvem em tal desordem, causando ferimentos, danos e medo às comunidades, serão inevitavelmente punidos com sentenças destinadas a dissuadir outros de realizar atividades semelhantes”, disse o juiz Andrew Menary KC, ao condenar os três desordeiros.
“A verdadeira dor coletiva dos residentes de Southport foi efetivamente sequestrada por este comportamento insensível”, acrescentou Menary, referindo-se ao ataque à mesquita.
Entretanto, em Plymouth, no sudoeste de Inglaterra, pelo menos seis pessoas foram hoje acusadas de “envolvimento” nos “fortes motins” registados segunda-feira na cidade, onde ocorreram confrontos entre manifestantes de extrema-direita e agentes da polícia britânica.
Os seis foram acusados de causar “desordem violenta”, embora as autoridades tenham confirmado que a maioria dos policiais feridos apresenta ferimentos leves. Da mesma forma, indicaram que outras duas pessoas tiveram que ser internadas.
Entre os arguidos, que terão de comparecer em tribunal ainda hoje, está um adolescente de 17 anos, segundo a cadeia de televisão britânica Sky News.
Da mesma forma, as forças de segurança relataram o envio de cerca de 6.000 soldados em todo o país para responder aos 30 protestos que estão previstos para esta quarta-feira em centros de detenção de migrantes em todo o Reino Unido.
Mais de 400 pessoas foram presas desde o início da violência em 30 de julho em Southport, um dia depois de três jovens entre os 6 e os 9 anos, entre elas uma portuguesa, terem sido assassinadas num centro recreativo daquela cidade no noroeste da Inglaterra.
Os grupos reagiram após a circulação de informações erradas nas redes sociais, alegando que o agressor era um requerente de asilo, quando na verdade era um rapaz de 17 anos – Axel Rudakubana – nascido no País de Gales, filho de pais ruandeses.
Na Irlanda do Norte, as autoridades locais informaram que seis pessoas foram detidas após a terceira noite de violência em Belfast por alegados crimes de ódio e desordem pública. Segundo as forças de segurança, foram registados “assaltos, ataques incendiários e danos criminais”.
Nesse sentido, explicou que três menores — dois de 16 anos e um terceiro de 14 anos — foram detidos juntamente com três homens de 26, 28 e 41 anos. A polícia classificou a situação como uma “vergonha” e sublinhou que manifestações violentas “não têm lugar na Irlanda do Norte”.
O aumento da tensão levou a presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, a pedir aos deputados que considerassem a possibilidade de trabalhar a partir de casa para garantir a sua segurança nos dias de hoje.
“Não temos informações que sugiram que os deputados ou os seus gabinetes sejam alvo de ataques, mas temos de reconhecer que estes motins têm um carácter imprevisível e espontâneo, por isso apelamos à maior cautela possível”, notou.
O agravamento da situação também levou vários países, como Tailândia, Nigéria, Malásia, Índia, Austrália e Indonésia, entre outros, a emitirem alertas de viagem aos seus cidadãos.
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