Segundo o Imazon, os dados indicam ainda que passou de 1.431 quilómetros quadrados em 2022 para 386 quilómetros quadrados em 2023.

De acordo com a monitorização por imagens de satélite, a devastação dentro de terras indígenas e unidades de conservação na Amazónia brasileira no ano passado registou uma diminuição de 73%, quase quatro vezes menos que em 2022.

Já a desflorestação geral registada de janeiro a dezembro do ano passado foi a menor em cinco anos, desde 2018.

“Essa redução expressiva do desflorestamento em áreas protegidas é muito positiva, pois são territórios que precisam ter prioridade (…) porque, na maioria das vezes, a devastação dentro de terras indígenas e unidades de conservação significa invasões ilegais que levam a conflitos com os povos e comunidades tradicionais que residem nesses territórios”, explicou o investigador Carlos Souza Júnior, coordenador do programa de monitorização da Amazónia do Imazon.

No entanto, Souza Júnior ressaltou que, apesar da queda geral, algumas áreas protegidas tiveram aumento na destruição, sendo territórios que devem receber ações urgentes em 2024.

Os dados da organização indicam, porém, que a área de floresta destruída ainda uma desflorestação de cerca de 1,1 mil campos de futebol por dia, sendo superior ao registado de 2008 a 2017, desde que o Imazon criou um Sistema de Alerta de Desmatamento.

Outro ponto preocupante em 2023, segundo o Imazon, foi a degradação da floresta, que teve o terceiro aumento consecutivo em dezembro, o que pode ter relação com a seca e o aumento dos incêndios florestais.

No último mês do ano, enquanto foram desflorestados 108 quilómetros quadrados, outros 1.050 quilómetros quadrados foram degradados, quase 10 vezes mais.

Entre as terras indígenas, uma das situações mais críticas ocorreu em duas terras indígenas localizadas na divisão do estado Amazonas com Roraima, os territórios Waimiri Atroari e Yanomami.

O território indígena Yanomami é a maior área demarcada do Brasil, onde desde janeiro passado o Governo brasileiro realizou uma operação humanitária por causa dos danos sociais causados pela invasão de mineradores ilegais.