Trata-se de um homem de 18 anos e de uma mulher de 21 anos, de nacionalidade espanhola, que foram detidos por perturbação da ordem pública e danos e que irão a tribunal após prestarem declarações na esquadra, avança a Agência Efe.
Os detidos, que tinham consigo um mapa com instruções de segurança, fazem parte da organização ambientalista Futuro Vegetal, que publicou as imagens da ação na rede social Twitter por volta das 13:30 deste sábado.
O Museu do Prado confirmou que, após uma primeira inspeção, as obras não foram danificadas, mas as suas molduras sim, em particular a de "A Maja Nua".
A sala onde estão localizadas as obras, 038, foi reaberta depois de a galeria ter decidido fechá-la para avaliar os danos, conforme avançou o museu em comunicado, onde sublinha a sua "condenação e rejeição" à ação.
Além de terem colado as mãos às molduras, os ativistas escreveram "+1,5°" na parede entre os dois quadros, em referência ao anúncio da ONU sobre a impossibilidade de cumprir o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.
O ministro da Cultura espanhol, Miquel Iceta, manifestou no Twitter a sua "absoluta rejeição" ao que considerou "um acto de vandalismo".
Dois ativistas do grupo espanhol Futuro Vegetal colaram-se hoje às molduras das pinturas “A Maja Nua” e “A Maja Vestida”, de Francisco de Goya, expostas no Museu Nacional do Prado, em Madrid, numa manifestação de protesto pela emergência climática.
Entre as duas pinturas escreveram a mensagem “+1,5º”, para "alertar sobre o aumento da temperatura global que causará um clima instável e graves consequências em todo o planeta", cita a agência EuropaPress.
Este protesto soma-se a outros que ocorreram nas últimas semanas, em algumas instituições museológicas do Reino Unido, Alemanha, Itália e Países Baixos, tendo hoje atingido Espanha pela primeira vez, de acordo com notícias divulgadas.
No início da semana, este tipo de ações deu origem à emissão de uma circular do Ministerio de Cultura de Espanha, recomendando o aumento de vigilância nos museus e a maior atenção aos seus visitantes.
Em Portugal, os diretores de museus contactados pela agência Lusa estão preocupados com os recentes casos de ações ambientalistas consideradas "hediondas" e de “terrorismo” contra obras de arte, e intensificaram a vigilância do património cultural à sua guarda.
Em causa está "a própria natureza democrática" dos museus, que trouxeram a arte para o espaço público, na sequência da Revolução Francesa, e a tornaram "propriedade coletiva dos cidadãos", como sublinharam, num trabalho hoje divulgado pela agência Lusa.
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