De acordo com o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, a detenção ocorreu através da Divisão Policial de Loures, no âmbito de uma investigação policial que durou cerca de um ano, em que foi desenvolvida “uma ação operacional que incidiu principalmente sobre dois centros de inspeção automóvel situados na área de Lisboa”.
Em declarações à agência Lusa, fonte policial disse que "os detidos foram corrompidos por mais de duas centenas de pessoas, das quais, mais de cem já estão identificadas".
O objetivo foi “deter indivíduos suspeitos da prática de crimes de corrupção passiva para ato ilícito, falsificação praticada por funcionário e falsidade informática”, informou a PSP, em comunicado.
Assim, a ação policial resultou na detenção de “oito homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 25 e 45 anos”, avançou fonte policial, indicando que foram ainda realizadas cinco buscas domiciliárias e 22 buscas não domiciliárias, em que foram apreendidos “cinco computadores, dez dispositivos de armazenamento de informação, 12 telemóveis, diversos documentos relacionados com este tipo de crime e 1.620 euros em numerário”.
“No decorrer da investigação recolheu-se prova suficientemente indiciadora de que os agora detidos, inspetores de automóveis, recebiam quantias monetárias no exercício das suas funções para aprovarem viaturas que não apresentavam as condições necessárias para circularem na via pública”, avançou a PSP, revelando que os suspeitos utilizavam, inclusivamente, um ‘software’ para adulterar os resultados das inspeções.
Em comunicado, a PSP referiu que a operação policial foi acompanhada e apoiada pela Autoridade Judiciária titular do inquérito e por uma equipa de fiscalização do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT).
Sem antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime, os detidos foram presentes no Tribunal Judicial da Comarca Lisboa Norte – Núcleo de Loures, onde lhes foram aplicadas as medidas de coação de “suspensão de funções, proibição de contacto com inspetores dos centros de inspeção e proibição de frequentar os centros de inspeção”.
Neste âmbito, a PSP assegurou que vai continuar a desenvolver esforços investigatórios e policiais para “garantir a imperativa segurança na circulação rodoviária de veículos e pessoas”.
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