No sul do território palestiniano, em Khan Yunis, a Defesa Civil anunciou ter descoberto 50 corpos de pessoas mortas e enterradas pelas forças israelitas no complexo médico Nasser. “Alguns corpos estavam nus, o que indica que sofreram tortura." Um fotógrafo da AFP viu hoje membros da Defesa Civil a exumar restos humanos no pátio.

O Exército israelita, que retirou os seus soldados de Khan Yunis após “uma operação precisa e limitada” no hospital, informou que verificava as afirmações.

A descoberta macabra foi feita depois da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos ter aprovado 13 mil milhões de dólares em ajuda militar para Israel.

Segundo o Hamas, este pacote autoriza Israel "a continuar a agressão brutal” aos palestinianos. O movimento islamita acusou Washington de ter “responsabilidade política, legal e moral pelos crimes de guerra” cometidos por Israel.

Dezesseis pessoas morreram hoje em bombardeamentos israelitas contra duas casas em Rafah, segundo a Defesa Civil de Gaza. Como acontece diariamente, sobreviventes vasculharam os escombros após uma noite de pânico.

“Estávamos a dormir e fomos acordados pelo pesadelo de uma explosão. O teto caiu em cima das crianças", contou Umm Hassan Kloub, de 35 anos, cuja casa abriga famílias deslocadas.

Na Cisjordânia ocupada, dois palestinianos foram mortos por soldados israelitas, segundo o Ministério da Saúde da Autoridade Palestiniana. O Exercito de Israel afirmou que os indivíduos tentaram atacar militares nos arredores do povoado de Beit Einun, perto da cidade de Hebron.

“Aumentaremos nos próximos dias a pressão militar e política sobre o Hamas, pois é a única forma de libertar os nossos reféns e alcançar a nossa vitória”, advertiu o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Após mais de seis meses de ofensiva contra o movimento islamita palestiniano, o líder israelita segue decidido a lançar uma ofensiva terrestre em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza.

A guerra na Faixa de Gaza avivou outras tensões no Médio Oriente, especialmente após o ataque sem precedentes do Irão a Israel no último dia 13. O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, elogiou "o sucesso obtido pelas Forças Armadas nos últimos acontecimentos", que ilustra "a grandeza do Irão" no cenário internacional.

Para o analista político iraniano Hamid Gholamzadeh, “a região está em chamas e uma guerra total pode eclodir a qualquer momento. Ações como essa tornam-na mais iminente."