O Movimento para a Salvação da Pátria (MSP), responsável pela manifestação, propõe que o político Vazguén Manukián chefie um Governo de transição.
Manukián, de 74 anos, foi primeiro-ministro e ministro da Defesa, bem como um dos fundadores do movimento pela unificação da região Nagorno Karabakh, uma autoproclamada república de maioria arménia em território do Azerbaijão, com a Arménia.
Os chefes das administrações locais da província de Siunik, na fronteira do Irão com o Azerbaijão, juntaram-se hoje aos manifestantes.
“Estamos convencidos que [assim] não é possível neutralizar a ameaça de catástrofe e exigimos a renúncia do primeiro-ministro Nikol Pashinián e do seu Governo”, defenderam, num comunicado conjunto.
O ex-Presidente da Arménia, Levón Ter-Petrosián, alertou hoje para a possibilidade de guerra civil perante a escalada da luta pelo poder.
Ter-Petrosián, que governou o país entre 1991 e 1998, mostrou-se ainda confiante quanto à possibilidade de Pashinián e Manukián estarem conscientes dessa ameaça.
Pashinián, que chegou ao poder em 2018, recusou-se, até agora, a abandonar o cargo ou a formar um Governo de salvação nacional, após a crise gerada no país pela derrota na última guerra em Nagorno Karabakh.
Na sexta-feira, O secretário-geral da ONU, António Guterres, exortou a Arménia e o Azerbaijão “a retomarem as negociações sob os auspícios dos copresidentes do Grupo de Minsk da OSCE para obter um acordo pacífico duradouro”, num comunicado que não cita a Turquia.
Na sua declaração, o chefe da ONU “encoraja os governos e os povos arménio e azeri a comprometerem-se na via do diálogo para favorecer a paz, estabilidade e prosperidade regionais”.
O comunicado de António Guterres surge um dia após uma declaração conjunta dos Estados Unidos, Rússia e França, copresidentes do Grupo de Minsk, destinado a reafirmar a importância desta instância, e quando a Turquia reivindica um novo formato de negociações onde seria uma das partes integrantes.
Por sua vez, o Azerbaijão apelou à exclusão da França do grupo de mediação, após a votação pelo Senado francês de um texto não vinculativo que sugere o “reconhecimento” do Nagorno-Karabakh
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