Em comunicado assinado pela porta-voz do CDS, Cecília Anacoreta Correia, a direção do partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos refere que “tomou conhecimento, através de uma rede social, da indisponibilidade de Assunção Cristas para participar” nas autárquicas deste ano como candidata à Câmara Municipal de Lisboa.

“Respeitamos a legítima opção de Assunção Cristas querer dedicar-se apenas à sua vida familiar e profissional”, sublinha a nota, agradecendo à atual vereadora sem pelouro na autarquia da capital pelo “papel no passado autárquico do partido”.

O CDS, acrescenta o comunicado, mantém “a ambição” de criar uma “verdadeira alternativa ao socialismo” para os lisboetas, cuja autarquia é atualmente liderada pelo socialista Fernando Medina.

"É nisso que estamos a trabalhar, nos órgãos e no calendário próprios", vincam os democratas-cristãos.

Por isso, os centristas vão continuar a nortear-se por uma estratégia que tem como principais enfoques aumentar a “implantação autárquica” do CDS, derrotar o PS nas eleições autárquicas e também criar “condições favoráveis a uma maioria de centro-direita nas eleições legislativas de 2023”.

A ex-presidente do CDS-PP Assunção Cristas indicou hoje que não quer ser candidata à presidência da Câmara de Lisboa, por não estarem "reunidas as condições de confiança", e criticou a atuação da atual direção do partido.

"Passadas as eleições presidenciais, numa fase menos dramática da pandemia e volvido o Conselho Nacional do CDS-PP, que, entretanto, se interpôs este fim de semana, sinto que chegou a altura de dar nota pública de que não serei candidata a presidente da Câmara de Lisboa", escreveu a ex-líder numa publicação na sua página oficial na rede social Facebook, acrescentando que, quando terminar o mandato, irá focar-se na sua atividade profissional.

A atual vereadora centrista no município da capital justificou que, "apesar do apoio das estruturas locais do partido, não estão reunidas as condições de confiança necessárias para ponderar uma candidatura".

"Três razões essenciais pesaram na minha reflexão: a discordância da estratégia do CDS na negociação de uma coligação alargada com o Partido Social Democrata; o discurso contraditório da direção do CDS, que me considera simultaneamente responsável pela degradação do partido no último ano e uma boa candidata a Lisboa, somado ao parco interesse em falar comigo, num tempo e numa forma que fica aquém do que a cortesia institucional estima como apropriado; e os desafios profissionais que tenho pela frente", sublinhou.

Assunção Cristas tinha vindo a ser apontada como uma possível cabeça de lista à Câmara de Lisboa e o presidente do partido chegou a considerar que seria "sem dúvida um nome forte" para esta disputa.