A Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores (CISAC) no seu relatório "Global Collections" anunciou que os lucros globais atingiram os 9,2 mil milhões de euros, um aumento pelo terceiro ano consecutivo. O ano passado representou um aumento de 6% relativamente a 2015.
A organização internacional alertou, todavia, para o baixo nível de vida dos artistas, e acusou as "grandes indústrias" pela remuneração insignificante das obras.
A CISAC criticou em especial o mercado digital, cujas receitas cresceram 51% em todo o mundo, embora só uma pequena parte dos direitos tenha entrado nos bolsos dos autores.
No relatório, a confederação, da qual a Sociedade Portuguesa de Autores faz parte, apontou plataformas digitais como YouTube, que pagou valores "significativamente" baixos para compositores, ao contrário do que acontece com outras aplicações, como o "Spotify", que tem feito melhores pagamentos.
No setor da música, letristas, compositores e editores viram receitas crescer 6,8% – para perto de oito mil milhões de euros – sobretudo devido ao aumento das receitas digitais.
Os recebimentos para obras audiovisuais e literatura também aumentaram, enquanto houve pequenos declínios nos recebimentos para as artes visuais e teatro.
A Europa é, de longe, a região com maior receita em Direitos de Autor, com 5,2 mil milhões de euros em 2016, enquanto América Latina e África apresentam valores de 557 milhões e 67 milhões de euros, respetivamente.
O diretor da CISAC, Gadi Oron, enfatizou que as fontes tradicionais de receita, lideradas pelas transmissões televisivas e espetáculos, "continuam a ser estáveis e robustas", enquanto os 'royalties' para usos digitais "estão a emergir".
A CISAC reúne 239 organizações de 123 territórios, representando cerca de quatro milhões de criadores, defendendo o valor das suas obras e o reconhecimento de seus direitos.
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