Chan apontou “importantes défices” para o orçamento de 2016/2017, ao discursar numa conferência organizada pela OMS e na qual participam mais de cem representantes de Estados-membros e organizações.
“Sem financiamento adicional, o atual orçamento não pode ser plenamente financiado e implementado”, alertou, explicando que se por um lado os Estados-membros pedem mais à OMS, mas por outro não só não aumentam as contribuições, como nalguns casos as diminuíram.
O programa mais requisitado e simultaneamente menos financiado é o das emergências sanitárias, estando apenas assegurados 56% dos 485 milhões de dólares (441 milhões de euros) necessários.
Margaret Chan frisou que as lições aprendidas com a epidemia de ébola “sublinham a necessidade de a OMS ter uma capacidade [financeira] suficiente antes da próxima crise”.
Por outro lado, sustentou, numa altura em que o mundo está “tão perto” da erradicação da pólio, o investimento é decisivo, o que é válido para outras iniciativas, como a luta contra a resistência aos antibióticos ou a luta contra a sida.
A difícil situação financeira da Organização Mundial de Saúde vai ser um dos desafios a enfrentar pelo próximo diretor-geral, a escolher de entre seis candidatos — o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, a italiana Flavia Bustreo, o francês Philippe Douste-Blazy, o britânico David Nabarro, a paquistanesa Sania Nishtar e o húngaro Miklos Szocska.
O processo de escolha iniciou-se em abril, com a apresentação de candidaturas, e termina em maio de 2017 com uma votação na Assembleia-Geral da ONU.
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