“É evidente que se fala e continua-se a falar da dissolução do parlamento. Eu penso que isso eventualmente não vai acontecer, porque seria trágico para o país e o Governo é suportado pela sua legitimidade”, disse hoje António Costa Silva aos jornalistas, no final de uma visita à Bosch, em Braga, no âmbito da iniciativa Governo + Próximo.
António Costa Silva deu esta resposta após ser sido questionado sobre a evolução da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e sobre se o país e a execução dos fundos aguentariam um cenário de dissolução do parlamento ou demissão do Governo.
“O país tem estabilidade política, o Governo, como o próprio primeiro-ministro já disse, criou situações em que não agiu da melhor forma, já reconheceu isso e todos cometemos erros, temos que recuperar e olhar, sobretudo, para o futuro”, afirmou o governante.
“Focar-nos na economia, nas empresas, na vida das pessoas e dos portugueses, e criar condições para melhorar. E isso nós vamos fazê-lo, com toda a certeza”, acrescentou.
Anteriormente, questionado sobre a relação entre a economia e a política e sobre se o atual ambiente político poderia prejudicar a economia, o ministro disse que “há sempre uma interação entre a economia e a política”.
“Mas nós, infelizmente, ligamos muito aos incidentes políticos e pouco à economia. E a economia portuguesa está a desenvolver-se. O crescimento no primeiro trimestre deste ano foi muito significativo em relação às previsões que existiam”, assinalou.
“A mim não me incomoda muito esta gritaria que existe no país. Nós temos que gritar menos, pensar mais, fazer melhor”, disse ainda.
Já sobre se os empresários manifestam preocupações acerca da vida política nacional, Costa Silva reconheceu que “podem ter as suas preocupações, mas estão sobretudo concentrados no que estão a fazer, e muitos estão a fazer de uma forma admirável”.
O Presidente da República vai falar ao país hoje às 20:00, dois dias depois de ter manifestado a sua discordância em relação à decisão do primeiro-ministro de manter João Galamba como ministro das Infraestruturas.
O chefe de Estado irá falar no Palácio de Belém, em Lisboa, disse à Lusa fonte da Presidência da República.
Na terça-feira à noite, após António Costa anunciar a decisão de manter João Galamba como ministro, Marcelo Rebelo de Sousa fez divulgar uma nota na qual afirmou que “discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à perceção deles resultante por parte dos portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem”.
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