Na apresentação da sua moção de estratégia global perante a VII Convenção, o conselheiro nacional José Cardoso defendeu que a IL tem de fazer “a transição” de uma liderança “que seca tudo à sua volta” para outra que distribua “para ser ainda maior”.
“Quando em 48 horas perdemos um presidente e ganhámos dois candidatos, criou-se a ideia de que tínhamos de votar num mal menor”, afirmou, referindo-se ao anúncio surpresa de João Cotrim Figueiredo em novembro de que não se recandidataria às eleições antecipadas a meio do seu mandato.
José Cardoso desvalorizou o trabalho feito pelos seus adversários à liderança nos últimos anos no Conselho Nacional, com “duas ou três” intervenções e “zero propostas”.
“Não me peçam para votar em políticos assim que eu nunca o farei, tudo isto me faz lembrar o tal arroz, o que me venderam os outros e que me querem vender agora e eu não o quero”, disse, na apresentação da sua moção “Um partido e um país sem medo da liberdade dos outros”.
O conselheiro nacional relatou a sua própria experiência, dizendo que ao longo dos últimos trinta anos foi perdendo a vontade de votar e achando que “estava tudo a transformar-se em arroz, arroz do mesmo”, numa referência a PS e PSD.
“Vim determinado a colaborar e trazer algo de novo à política portuguesa para fugir ao arroz”, disse, justificando quer a sua adesão à IL, quer a apresentação da sua candidatura à liderança, que considera ser a única verdadeiramente liberal.
O candidato reclama que, desde que entrou no Conselho Nacional, lutou “como ninguém” pela liberdade dos membros e pelo financiamento dos núcleos, bem como pela transparência de salários e donativos no partido.
“O país não vai mudar por a gente gritar alto nestes microfones, o problema é quando temos de lutar pela liberdade dos outros, é isso é que é ser liberal”, disse.
José Cardoso defendeu que “acabou o tempo de ‘start up’ política” da IL e que o partido precisa de apresentar “um projeto político sólido, que englobe todos”, reiterando a defesa de um presidente “a tempo inteiro”, que não esteja no parlamento.
“O indivíduo deve ser o centro da ação política, não podemos ocupar 70 ou 80% do tempo a criticar o PS. No fim do dia, as pessoas não votam em liberalismo ou em socialismo mas em quem resolve os problemas”, considerou.
O candidato defendeu ainda que 100% das quotas do partido seja entregue aos núcleos territoriais, que seja criado um núcleo europeu e que os candidatos autárquicos sejam propostos pelos núcleos em vez da comissão executiva.
“É preciso construir um novo programa político. O voto é secreto e o futuro é liberal”, apelou.
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