“São 190 novos casos de tortura, documentados ao longo do ano pelo Instituto Casla, que foram apresentados ao Tribunal Penal Internacional (TPI). Também há 11 casos sobre desaparecimento forçado de pessoas que foram torturadas em centros clandestinos”, afirmou Tamara Suju.
Tamara Suju, que também é diretora do Centro de Estudos e Análises para a América Latina (Instituto Casla), falava aos jornalistas, em Washington, nos Estados Unidos da América, à margem da apresentação, à Organização de Estados Americanos (OEA), de um novo relatório sobre a violação dos Direitos Humanos na Venezuela.
“No total, há 576 vítimas de tortura durante o período do regime [desde 2013]”, frisou a advogada, precisando que há civis punidos nas distintas sedes do Serviço Bolivariano de Inteligência (serviços secretos) e na Direção de Contrainteligência Militar (serviços secretos militares).
Segundo Tamara Suju, em 2017 “a maioria” dos casos de pessoas torturadas reporta-se a “civis e havia uma percentagem mínima de militares”, mas “este ano mais de 60% dos casos de torturados são de militares”.
“Há padrões de torturas incisivas, como o uso de eletricidade, o afogamento e a asfixia como tortura reiterada, ou seja, de pessoas que não apenas foram torturadas uma vez desta forma, mas periodicamente durante a detenção”, especificou.
Tamara Suju sublinhou ainda que há denúncias de casos em que as torturas são feitas por “cidadãos com sotaque cubano”, dentro de centros prisionais venezuelanos.
A maioria das situações de torturas visa “obter declarações acusando outros companheiros”, acrescentou.
O secretário-geral da OEA, Luís Almagro, explicou que há denúncias, acompanhadas por relatórios, que dão conta da presença de numerosos agentes cubanos em atividade repressivas em território venezuelano e nicaraguense.
“A maioria dos perpetradores são cubanos e perante esta situação consideramos que Cuba também deve receber algum tipo de pressão política para tirar as forças de ocupação cubanas que invadiram a Venezuela”, declarou.
Segundo Luís Almagro, “a pressão contra Cuba deve aplicar-se da mesma maneira que na Venezuela e sob os mesmos parâmetros”.
“As aplicações de repressão na Venezuela e na Nicarágua têm um manual, com origem muito definido”, frisou.
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