O Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica do Hospital de Bragança, a principal unidade do Nordeste Transmontano passa, assim, a ter as quatro vias verdes existentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente a Coronária, AVC (Acidente Vascular Cerebral), Trauma e Sépsis.
A chamada Via Verde é uma organização dos serviços que priorizada os doentes com as respetivas patologias na urgência “ de maneira a que sejam atendidos de forma mais rápida para evitar complicações”, como explicou Tiago Loza, diretor do Serviço de Urgência Médico Cirúrgica de Bragança.
O anúncio da nova Via Verde Coronária foi feito hoje, em Bragança, na Reunião Aberta do Serviço de Urgência, um encontro que junta os profissionais de saúde da ULS do Nordeste para debater questões ao atendimento e funcionamento.
O distrito de Bragança não é das regiões do país com maior incidência de enfartes, registando uma média de 300 casos por anos, segundo o diretor do Serviço de Urgência.
A maior parte dos casos são tratados a nível local, mas uma percentagem de “cerca de cinco por cento” têm de ser encaminhados para o hospital de Vila Real, o mais próximo (a mais de cem quilómetros) com laboratório de hemodinâmica, onde se faz o cateterismo cardíaco, que é o último passo no desentupir definitivo da artéria, nos casos mais graves.
O tempo é decisivo para os doentes com enfarte e “quanto mais tempo se passar da doença piores são os resultados e, portanto, quanto mais rapidamente forem tratados melhores são os resultados”, como sublinhou Tiago Loza.
A criação da Via Verde Coronária permite “servir a população de uma forma mais rápida e organizada”, desde “a triagem dos doentes, a agrupá-los de acordo com a gravidade da patologia e depois decidir a terapêutica a aplicar.
As distâncias neste distrito, com algumas populações a mais de cem quilómetros do principal hospital, o de Bragança, onde funcionará a Via Verde, continuam, contudo, a ter consequências, como admitiram os responsáveis, concretamente na demora a chegar à estrutura de saúde mais próxima.
A Via Verde não irá atenuar as deslocações ou a necessidade de transferência dos doentes mais graves para fora da região, porém permitirá “ganhar tempo” ao acelerar os procedimentos, nomeadamente a partir do momento em que chegam ao serviço de urgência, como realçou o enfermeiro-chefe, Norberto Silva.
“Para o grupo de doentes do foro cardíaco ou coronário que possam estar a ser vítimas de um enfarte agudo do miocárdio terem uma estratégia dentro do próprio serviço de um mais rápido atendimento, permite poupar tempo e, nestas patologias, a celeridade com que se tratam os doentes, o fator tempo, é crucial”, acrescentou.
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