Num discurso no 24.º Congresso Nacional do PS, em Lisboa, Duarte Cordeiro elogiou a política ambiental do Governo, salientando que Portugal foi pioneiro quando assumiu o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050, antecipado agora para 2045, e está no 13.º lugar no índice de desempenho das alterações climáticas.
“Deste congresso e de um futuro Governo do PS, não se espera contemplação ou adormecimento pelos resultados alcançados neste domínio, mas sim de respeito pela ciência, com a consciência de que o que fizemos não é suficiente e precisamos de fazer mais e de forma mais acelerada”, defendeu.
Segundo Duarte Cordeiro, os resultados deste executivo permitem ao PS mostrar às novas gerações que é um partido “em que faz sentido confiar o seu voto se verdadeiramente se quer construir uma alternativa de desenvolvimento ao modelo mais carbónico e extrativo”.
O governante defendeu que o Governo mostrou “que é possível um crescimento verde, que cria energia barata, protege a natureza e cria empregos qualificados”.
“À direita, quando olhamos para o PSD e para o Chega, vemos apatia e negacionismo. Existe um risco real de recuo nas políticas ambientais”, alertou.
Já à esquerda, prosseguiu Duarte Cordeiro, vê-se “radicalismo, ausência de noção dos graves impactos sociais, económicos, visões disruptivas ou mesmo posições que aceitam o empobrecimento como inevitabilidade para a defesa do planeta”.
Ao longo da tarde, intervieram no palco do 24.º Congresso Nacional delegados eleitos pela emigração, com o militante António Santos Oliveira a defender que “há poucos votantes” face ao universo de portugueses no estrangeiro, que estima em “cinco milhões”.
“Hoje em dia muitos eleitores têm de fazer 500 km para se deslocar aos consultados para votar”, disse, defendendo a instituição do voto eletrónico.
No mesmo sentido, a coordenadora do PS em Bordéus, França, sustentou que “não pode haver diferenças no tratamento de portugueses que vivem no estrangeiro e dos que residem no país, considerando necessária uma “harmonização do sistema eleitoral e a implementação progressiva do voto eletrónico”.
Paulo Cafofo, delegado eleito pela Madeira, disse que “se o PS Madeira está comprometido com a vitória de Pedro Nuno Santos”, também é preciso “o compromisso de Pedro Nuno Santos com os madeirenses e a autonomia” na coesão territorial, económica e política.
Exigindo a “devida solidariedade nacional”, Cafofo apontou como “urgente” a revisão do estatuto político-administrativo.
Já Carlos Alberto Ramos, membro da concelhia do PS/Sintra, pediu ao novo secretário-geral do PS uma reunião urgente afirmando que no processo de transição de António Costa para Pedro Nuno Santos “a franja” que disse representar “ficou fora do jogo”.
Afirmando falar “em nome da lusofonia”, o delegado disse que há um conjunto de quadros “que fizeram parte da vitória de Pedro Nuno Santos” que vão ficar de fora da lista à comissão nacional do PS, solicitando uma “reflexão no partido”.
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