“Com a morte de Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia com quem tive a honra e o prazer de colaborar em tantas ocasiões, a Europa perdeu um dos seus mais extraordinários líderes. Alguém que combinava os 'pequenos passos' da integração europeia com o ideal de uma Europa unida”, considerou em nota enviada à Lusa Durão Barroso, que liderou a Comissão entre 2004 e 2014.
Jacques Delors morreu hoje em Paris aos 98 anos, informou a sua filha Martine Aubry à agência France Presse (AFP).
Em mensagem enviada à agência Lusa, Durão Barroso recordou ainda que em “negociações difíceis” em que esteve enquanto ministro português dos Negócios Estrangeiros assistiu à forma como Delors “compreendia e apoiava um país como Portugal” e que como “grande europeu que era transcendia todos os sectarismos ideológicos”.
Durão Barroso fez ainda questão de recordar como Delors manifestou permanentemente o apoio à Comissão Europeia, “nomeadamente durante a crise financeira, ficando célebres as declarações de confiança” em Junho de 2013 sobre a capacidade de se ultrapassar “todos os obstáculos na defesa do euro e do projeto europeu”.
“A Comissão e a União Europeia devem imenso a Jacques Delors” que para o ex-primeiro-ministro português “ficará como um dos 'refundadores' da integração europeia nos anos 80 e 90”.
A sua “inspiração continuará com todos aqueles que querem uma Europa mais próspera, mais justa e mais forte no plano internacional”, disse Durão Barroso.
Martine Aubry, presidente socialista da câmara de Lille, informou que o pai morreu esta manhã, na sua casa em Paris, enquanto dormia.
Figura da construção do projeto europeu e considerado o “pai do euro”, Delors foi presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995.
Nome incontornável da esquerda francesa, Delors frustrou as esperanças desta ala partidária ao recusar apresentar-se às eleições presidenciais de 1995 em França. Na altura, era favorito nas sondagens.
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