O relatório do ECDC, publicado hoje, concluiu que "as crianças com idades compreendidas entre os 5-11 anos que estão em risco de desenvolver doença grave devem ser consideradas um grupo prioritário para a vacinação contra a covid-19, tal como em outros grupos etários".
Segundo refere o comunicado, "as taxas de hospitalização e a proporção de casos hospitalizados com covid-19 em crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 11 anos aumentaram, tal como os casos noutros grupos etários, mas mantêm-se em níveis mais baixos do que nos adultos".
Assim, o ECDC defende que sendo crianças sem factores de risco conhecidos "também susceptíveis a doença grave e hospitalização", poderá considerar-se "a vacinação de todas as crianças entre os 5 e 11 anos de idade, tendo em conta a situação epidemiológica a nível nacional".
"Para a transmissão a nível comunitário, espera-se que o impacto da vacinação para crianças seja mais fraco em países com uma baixa taxa de vacinação entre adultos e mais forte para países com uma taxa elevada entre adultos", refere o documento.
No comunicado, salienta-se, porém, que "aumentar a taxa de vacinação na população adulta elegível continua a ser a principal prioridade das campanhas de vacinação para reduzir doença grava e mortalidade relacionadas com a covid-19".
Dados do ECDC revelam que foram identificados 65.800 casos sintomáticos de covid-19 em crianças dos 5 aos 11 anos, em 10 países da UE/EEE, relacionados com o período dominante da variante Delta e 0,61% implicaram internamento e 0,06% necessitaram de cuidados intensivos ou apoio respiratório.
As considerações referem que "a presença de uma condição subjacente entre crianças com idades entre os 5-11 anos está associada a cerca de 12 vezes mais probabilidades de hospitalização e 19 vezes mais probabilidades de admissão em UCI [unidade de cuidados intensivos]. No entanto, a maioria (78%) das crianças hospitalizadas desta idade não tinha nenhuma condição médica subjacente notificada".
O documento refere ainda que "num relatório dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos (EUA), a miocardite foi relatada até 37 vezes mais frequentemente em crianças não vacinadas com menos de 16 anos de idade com um diagnóstico de covid-19 em comparação com outros pacientes do mesmo grupo etário".
O organismo acrescenta ainda que “a contribuição relativa das crianças para a circulação global do SARS-CoV-2 pode ter aumentado devido a fatores incluindo o aparecimento da variante Delta e a cobertura vacinal nos grupos etários mais velhos”.
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